Cirurgia usa pele de tilápia para reconstrução vaginal de mulher trans

O Brasil não possui grandes bancos de pele humana.

| Reprodução
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Uma cirurgia inédita realizada na Unicamp, em Campinas (SP), usou pele de tilápia para a reconstrução vaginal de uma mulher transexual. É que o canal vaginal da paciente fechou após uma cirurgia de redesignação sexual malsucedida. As informações são do Razões para Acreditar

Responsável pela cirurgia, o professor Leonardo Bezerra, do Departamento de Saúde Materno Infantil e da Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal do Ceará, contou ao Razões que os primeiros estudos envolvendo o uso da pele de tilápia no corpo humano começaram em 2016. Aplicada inicialmente em pacientes com queimaduras e, depois, em mulheres com agenesia vaginal (nasceram sem a vagina) e com câncer de vagina.

Mas por que a pele de tilápia? Basicamente, porque o Brasil não possui grandes bancos de pele humana. A pele de tilápia supre essa carência, pelas características biológicas, que não sofrem rejeição do corpo humano, e pela fartura desse peixe no país.

No Brasil, a tilápia é o peixe de água doce com maior produção comercial, conta Bezerra. De tudo o que é aproveitado, a pele é um produto de descarte: vai para o lixo! Foi então que outros dois pesquisadores da UFC tiveram a ideia de usar a pele de tilápia em queimaduras, como curativo, a partir de uma reportagem sobre o uso artesanal da pele. Bezerra pegou a ideia e adaptou para mulheres com agenesia vaginal. Até então, era mais comum o uso de pedaços de pele da virilha da paciente para a reconstrução vaginal.

“Desde 2017, já operamos dez pacientes com pele de tilápia, e os resultados foram maravilhosos! Não houve rejeição nem infecção. Os estudos que fizemos mostraram que essa pele se transforma dentro do organismo, virando um epitélio vaginal normal. Ou seja, a pele de tilápia estimula o crescimento de células que viram células vaginais”, explica o médico.



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