Conheça a história da cabeça preservada de 180 anos de um 'serial killer'

Nascido em algum momento de 1810, em Galiza (Espanha), filho de camponeses, ele caiu do cavalo da família e bateu a cabeça, ganhando o apelido de “Pancada”

cabeça | reproducao
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O interesse pela cabeça de Diogo Alves surgiu quando ele era ainda jovem. Nascido em algum momento de 1810, em Galiza (Espanha), filho de camponeses, ele caiu do cavalo da família e bateu a cabeça, ganhando o apelido de "Pancada".

Quando completou 19 anos, os pais o enviaram para trabalhar em Lisboa (Portugal), no que foi considerado seu fim, principalmente depois que ele se envolveu com Maria Gertrudes, dona de uma estalagem na cidade. Especulam que essa conexão o tenha instigado a começar a matar, somada à falta de emprego, à bebedeira sem fim e às apostas.

Cabeça de Diogo Alves segue preservada após 180 anos

De "Pancada", ele passou a "Assassino do Aqueduto" por atirar transeuntes de uma altura de 60 metros após roubá-los, para que a polícia não os identificasse e determinasse a morte como suicídio — o que, a princípio, pareceu um sucesso.

Em 19 de fevereiro de 1841, Alves se tornaria o penúltimo criminoso a ser enforcado em Portugal após ser condenado pelo assassinato de quatro familiares de um médico (apesar de ter matado cerca de 70 pessoas). 

Mas aquele não foi o fim da linha para o homem.

O estudo

O comportamento subitamente errático de um jovem que parecia saudável e normal instigou a curiosidade dos cientistas da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Em um período de iluminação científica, eles queriam saber como a mente funcionava nesses casos e acreditavam que ao estudar as saliências da cabeça (ramo da frenologia) teriam respostas concretas.

Retrato de Diogo Alves

A pseudociência da frenologia sustentava a ideia de que traços de personalidade, incluindo propensão criminosa, poderiam ser sentidos, apalpados e medidos diretamente no crânio do indivíduo. Portanto, foi ordenado que a cabeça de Alves fosse removida após sua morte e colocada em um recipiente de vidro com uma solução de formaldeído para que os estudiosos pudessem analisá-la.

Há poucas evidências de qual estudo de personalidade foi realizado no crânio de Alves na universidade. E ele não foi o único a passar por esse processo. A cabeça de Francisco Mattos Lobo, um assassino em série que matou uma família e seu cachorro, foi examinada por frenologistas em abril de 1842, também indo parar em uma prateleira da instituição.

A cabeça de Alves está até hoje no Teatro Anatômico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em uma parte da instituição que não é acessível ao público, apenas a estudantes.



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