“Couros” de maçã e abacaxi já se encontram na indústria da moda

Saiba mais sobre os substitutos ecologicamente corretos do couro

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A moda é uma indústria inovadora, entretanto, continuamos vestindo roupas com as mesmas funções sociais e climáticas de antes e, ainda por cima, feitas com as mesmíssimas matérias-primas de centenas de anos atrás – linho, lã, algodão, couro de animal e por aí vai.

 A empresa americana Bolt Threads, por exemplo, se utilizou da bioengenharia para chegar a uma proteína parecida coma da teia de aranha, que deu origem a uma “seda” (presente nas coleções de Stella McCartney) que não explora inseto algum. Já a “seda” das quais são feitas algumas peças da Salvatore Ferragamo é na verdade fabricada com fibra da casca de laranja pela empresa italiana Orange Fiber. 

Bolsa de couro de abacaxi da marca vegana Alexandra K, que é aprovada pelo PETA: € 329


São também das frutas que vêm as novas alternativas ao couro. Largamente utilizada hoje, a versão sintética do material pode até ser animal cruelty-free, mas não tem nada de ecológica: trata-se na verdade de uma matéria-prima plástica, que ao ser descartada polui o meioambiente e não se biodegrada.

Os “couros” de maçã e abacaxi são feitos a partir da fibra de celulose extraída de suas cascas, que são misturadas a uma pequena porcentagem de resina química. Lixo zero, eles reduzem o desperdício, já que usam a parte da fruta que é descartada pela indústria alimentícia (que aproveita apenas a polpa). Produzidos em pequena escala por ora, tais “tecidos” começaram a chegar ao mercado nos últimos meses. O “couro” de maçã foi a escolha do estilista brasileiro Pedro Lourenço em sua nova grife, a Zilver.

Decidi que iria engrossar o movimento: como vivo com o celular na mão, que não raro fica sem bateria, bolei uma bolsa que dá carga por indução. Ela tinha que ser linda e funcional. Procurei então a Asha Eco Based Company, empresa do Rio Grande do Sul especializada em novos materiais, que importa o filipino Piñatex, “couro” desenvolvido a partir das fibras longas da coroa do abacaxi, que são misturadas a 10% de resina química. As sobras dessas folhas dão origem a uma biomassa que pode ser utilizada como fertilizante natural, então nada é desperdiçado. 

 Assim nasceu a mini shopping bag Abacaxi, criada em quantidade limitada e numerada, cujo Piñatex ganhou um foil para ficar prateado. Ainda que, por se tratar de uma matéria-prima nova, ela custe bem mais do que o couro (paga-se no metro do Piñatex cerca de €50, sem incluir a taxa de importação, contra R$20 do couro), é um investimento necessário – afinal, o barato tem saindo bem caro para o planeta.



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