De onde vem a “chuva de ouro” que ocorre no espaço?

Até o momento, o que se sabe é que este metal é o resultado de um processo de fusão nuclear, mas ainda há um mistério sobre a quantidade dessa substância no nosso planeta

Ouro | Reprodução
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Belo, chamativo e valioso, o ouro é uma substância que não só atrai os olhos das pessoas pela sua beleza, como gera muitas dúvidas para os cientistas e alquimistas sobre sua origem e abundância no Universo. Fala-se que colisões de estrelas liberam uma verdadeira "chuva de ouro" no espaço e poderia explicar a grande concentração do metal na Terra. Mas como isso acontece?

Até o momento, o que se sabe é que este metal é o resultado de um processo de fusão nuclear, mas ainda há um mistério sobre a quantidade dessa substância no nosso planeta.

Ouro do garimpo (Imagem: uol)

Por séculos, estudiosos tentaram recriar o ouro a partir de combinações de substâncias. Para fazer esse metal brilhar é necessário ligar 79 prótons a 118 nêutrons para formar um único núcleo atômico, mas, de acordo com um novo estudo publicado por cientistas do Reino Unido no The Astrophysical Journal, esse não é um trabalho fácil e também não explica a quantidade de ouro encontrada na Terra e em outras partes do sistema solar.

De onde vem todo esse ouro?

Atrás de respostas, o grupo de pesquisadores do Reino Unido analisou diversos dados em mais de 341 estudos diferentes que pudessem explicar a origem e que provocasse essa "chuva de ouro".

Aqui estão algumas análises:

Estrelas de nêutrons e supernovas

As estrelas de nêutrons são núcleos densos de estrelas que explodiram como supernovas ou se desprenderam violentamente de suas camadas externas após um colapso gravitacional. As colisões de estrelas de nêutrons criam ouro ao esmagar brevemente prótons e nêutrons em núcleos atômicos e, em seguida, expelir esses núcleos pesados

Alguns especialistas acreditam que ele possa surgir após violentas explosões de supernovas, mas mesmo assim a quantidade total de ouro deve ser muito menor do que é. De acordo com o astrofísico da Universidade de Hertfordshire, Chiaki Kobayashi, supernovas regulares não podem explicar o ouro do universo porque estrelas com massa suficiente para fundir ouro antes de morrer tornam-se buracos negros, e podem absorver a maior parte do ouro que poderiam ter se fundido.

Supernova magneto-rotacional

Há ainda outra possibilidade de origem desse ouro.

Durante uma supernova magneto-rotacional, uma estrela moribunda gira tão rápido e é destruída por campos magnéticos tão fortes que se vira do avesso ao explodir. Ao morrer, a estrela lança jatos de matéria incandescente para o espaço.

Como a estrela foi virada do avesso, seus jatos estão repletos de núcleos de ouro. Estrelas que fundem ouro são raras. Estrelas que fundem ouro e depois o lançam no espaço assim são ainda mais raras.

De acordo com Kobayashi, mesmo a adição dessas estranhas supernovas com colisões de estrelas de nêutrons não seria capaz de explicar a quantidade de ouro na Terra e seus arredores. Para o pesquisador, a questão se divide em duas fases.

"Em primeiro lugar, não basta a fusão de estrelas de nêutrons. Em segundo lugar, mesmo adicionando outra fonte, supernovas, ainda não podemos explicar a quantidade de ouro observada", afirma.

Ele acredita que os estudos anteriores estavam corretos ao dizer que as colisões de estrelas de nêutrons liberam uma verdadeira "chuva de ouro", mas eles não levaram em conta o quão raros são esses tipos de colisões. Na verdade, os cientistas só viram isso acontecer uma vez até agora.

Conclusão do grupo

Após tantos estudos, o grupo foi capaz de explicar a formação e abundância de átomos tão leves quanto o carbono 12 (seis prótons e seis nêutrons) e tão pesados com nêutrons, que coincide com a observada diretamente pelos astrônomos.

Mas o ouro continua um enigma.

Para Kobayashi, a única conclusão possível é que "algo que ainda não sabemos deve estar fazendo ouro. Ou pode ser que as colisões de estrelas de nêutrons produzam muito mais ouro do que os modelos atuais sugerem. Em qualquer caso, os astrofísicos ainda têm muito trabalho a fazer antes de poderem explicar de onde veio toda essa riqueza.



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