O resultado dessa desorganização, para algumas pessoas, é um sono não reparador e alguns incômodos. Na lista estão mal-estar, desconforto, distensão abdominal, queimação, azia, gases, cólica intestinal, dor de estômago, cansaço e insônia. Além disso, um estudo realizado pela Universidade Dokuz Eylül, da Turquia, constatou que jantar tarde, especificamente duas horas antes de dormir, é considerado fator de risco, maior até do que uma dieta rica em sal, para a hipertensão noturna (quando a pressão não cai como deveria no decorrer da noite) e, consequentemente, para infarto.
A explicação, ao que tudo indica, é que a alimentação tardia, considerada após as 19h, estimula a produção de adrenalina e cortisol, os chamados hormônios do estresse, que deveriam diminuir ao anoitecer —com eles "na labuta", a pressão não consegue baixar os 10% necessários durante o período de descanso do organismo. Outro problema de comer e deitar é que essa ação favorece o surgimento do refluxo gastroesofágico, transtorno caracterizado pelo retorno do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago, resultando na irritação desse órgão e no surgimento de azia, indigestão, dor torácica, tosse seca, regurgitação, engasgos e até doenças pulmonares de repetição, como pneumonia e asma, e infecções (otite e faringite são algumas).