Entenda o que é e quais os sintomas da gonorreia, IST comum e complexa

Os corrimentos, como o próprio nome diz, são descargas geralmente de aspecto de pus, que podem sair do pênis, vagina ou ânus

Gonorreia | Divulgação
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A cada dia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o mundo registra 1 milhão de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O corrimento uretral, popularmente chamado de gonorreia, é a segunda IST mais prevalente. Em 2012, 78 milhões de casos ocorreram no mundo, sendo 11 milhões no continente americano. No Brasil, o número de casos segue essa mesma tendência de aumento. 

O corrimento uretral, vaginal ou anal, é uma doença causada principalmente por uma bactéria chamada de Neisseria gonorrhoeae, o gonococo, e por isso é popularmente chamada de gonorreia.

Mas não é apenas o gonococo que pode causar o corrimento uretral. A clamídia, por exemplo, é outro agente causador dos corrimentos, bem como outros agentes menos frequentes.

Os corrimentos, como o próprio nome diz, são descargas geralmente de aspecto de pus, que podem sair do pênis, vagina ou ânus. Eles são frequentemente associados a quadros de dor para urinar e, no caso do ânus, dor para evacuar.

Geralmente, os sintomas ocorrem de 2 a 5 dias após uma relação sexual sem uso de preservativos. É importante dizer que o sexo oral também pode transmitir a doença, causando um quadro de faringite: dor de garganta associada a febre.

Quando os sintomas aparecem, as pessoas geralmente procuram assistência médica e são tratadas. Entretanto, em muitos casos, a infecção pode ocorrer de forma assintomática. Ou seja: as pessoas têm a bactéria, mas não apresentam os sintomas. É o caso da maioria das pessoas com vagina. Dessa forma, podem continuar a transmitir a infecção sem saber. Esse é um dos grandes problemas no controle da gonorreia e da infecção por clamídia.

Quais os sintomas da gonorreia

Tratamento

Outro desafio bastante importante é o tratamento. O gonococo, agente mais comum, tornou-se resistente a diversos antibióticos. Um estudo realizado em vários centros do Brasil demonstrou que mais da metade dos gonococos causadores de doença eram resistentes ao ciprofloxacino, antibiótico de escolha até alguns anos atrás.

Com esse aumento das taxas de resistência, menos opções tornaram-se viáveis e o tratamento passou a ser feito por meio de uma injeção do antibiótico ceftriaxone.

O tratamento é eficaz e em dose única. De qualquer modo, o aumento do número de casos leva ao aumento do uso do antibiótico. Por consequência, a bactéria pode ficar ainda mais resistente.

A gonorreia, quando não tratada, pode ter consequências graves. Em pessoas com vagina, a doença inflamatória pélvica pode acontecer, causando um quadro de dor e infecção no útero e trompa. Infertilidade também é uma complicação possível.

Quando não tratada, a infecção pode se tornar sistêmica, ou seja, atingir a corrente sanguínea e outros órgãos. Quadros de artrite por gonococo são frequentes.

Prevenção

Nesse contexto, é muito importante falarmos de prevenção. Sabemos que podemos contrair clamídia e gonococo ao ter contato com as secreções contaminadas: os corrimentos. O uso de preservativos, por isso, é o principal aliado na prevenção dessa IST.

Além disso, pessoas sem sintomas podem transmitir. Dessa forma, a testagem periódica em quem tem exposição é muito importante. Encontrar indivíduos assintomáticos e tratá-los significa frear a cadeia de transmissão dos corrimentos.

Em São Paulo, a partir de agosto, pessoas em acompanhamento pelo uso da PrEP (Profilaxia Pré Exposição) serão testadas rotineiramente para clamídia e gonococo. Com a maior detecção de portadores assintomáticos, espera-se uma redução do número de casos.

Quebrar as cadeias de transmissão das IST envolve, na maioria das vezes, cuidado multidisciplinar, centrado tanto na pessoa e nas suas vulnerabilidades individuais, como na comunidade e suas dinâmicas. Rastrear, tratar e acolher fazem parte do cuidado de todas as doenças. Não pode ser diferente com as ISTs.

 



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