Europa: banho de sangue mata 1.400 golfinhos em único dia e gera revolta

Todos os cetáceos mortos eram golfinhos-de-laterais-brancas-do-atlântico. Usualmente, menos de 100 animais desse tipo são vitimados na Grindaráp.

golfinhos mortos | Yuri Ferreira
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Na manhã de 12 de setembro de 2021, os fiordes das Ilhas Faroé, um território dinamarquês no Atlântico Norte, amanheceram com mais de 1400 golfinhos mortos na costa. A caça desses animais, que é tradicional na ilha e recebe o nome de Grindadráp, causou revolta na população e em grupos de defesa dos animais na Europa.

Matança de baleias em 1947 nas Ilhas Faroé; anualmente, é comum que o mar fique vermelho por conta da matança de cetáceos no território dinamarquês.  (Foto: Yuri Ferreira)

‘Grande erro’

A caça de baleias nas Ilhas Faroé é uma prática tradicional. O arquipélago é o único local em toda a Europa onde a prática é permitida sob a justificativa de ser uma tradição dos povos autóctones daquela região.

Basicamente, os pescadores arrebanham grupos sociais de baleias e golfinhos para dentro dos fiordes (estreitos de água) e assassinam os cetáceos. Todos os anos, a caça mata mais ou menos 800 golfinhos e é considerada útil para a subsistência alimentar do local.

Entretanto, nesse ano, em apenas um dia, os pescadores foram capazes de assassinar mais golfinhos do que o necessário.

Confira imagens:

Até o próprio presidente da associação de baleeiros das Ilhas Faroé reconheceu que a caça foi um ‘um grande erro’.

“Foi um grande erro. Quando o grupo foi encontrado, eles estimaram que eram cerca de 200 golfinhos”, disse à BBC. Entretanto, ele afirma que a caçada não quebrou as leis do país, que regulamentam o Grindadráp.

Uma das questões que envolveram o fato foi o de que os animais mortos não eram as baleias-piloto, presas usuais da prática. Todos os cetáceos mortos eram golfinhos-de-laterais-brancas-do-atlântico. Usualmente, menos de 100 animais desse tipo são vitimados na Grindaráp.

Manifestantes da PETA protestam pelo fim da caça das baleias nas Ilhas Faroé. (Foto: Yuri Ferreira )

Pesquisas de opinião pública mostram que a própria população é contra a morte dos golfinhos, mas não vê problema na caça às baleias no geral. Os baleeiros justificam que a prática não é cruel porque as baleias morrem em questão de segundos. Mas grupos defensores dos animais dentro das Ilhas Faroé discordam.

“As caçadas de Grindadrap podem se transformar em massacres prolongados e frequentemente desorganizados. As baleias-piloto e golfinhos podem ser mortos por longos períodos na frente de seus parentes enquanto estão encalhadas na areia, nas rochas ou apenas lutando em águas rasas”, afirmou um representante do grupo Sea Shepherd à BBC.



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