Um em cada cinco pessoas que foram vítimas de fraudes nos últimos 12 meses admite já ter adotado algum comportamento ilícito para levar vantagem financeira (20%). É o que revela uma pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com o Sebrae. Em termos absolutos, isso corresponde a 3,4 milhões de internautas que foram entrevistados para a pesquisa.
O levantamento aponta ainda que entre os 19% dos entrevistados que cometeram essas ações contra empresas e pessoas, a fraude mais comum foi a utilização de serviços de forma irregular, uso de “gato” em serviços de TV por assinatura, banda larga, luz, telefone, citada por 24%. Em seguida, aparecem a alegação falsa que determinado produto estava anunciado com um preço menor com o intuito de pagar mais barato (15%); consumir mercadorias dentro da loja e não pagar pelo produto (14%); e o cancelamento de compra realizada pela internet, após ter recebido a encomenda (14%).
Os dados mostram que 34% dos consumidores que cometeram fraudes obtiveram êxito ao tentar extrair vantagens de terceiros, seja sobre pessoas, empresas ou governo, ante 54% que não conseguiram. A maioria (58%) tampouco sofreu consequências pelo comportamento fraudulento, mas 38% tiveram que lidar com consequências diversas: o nome negativado (12%); a perda de acesso ao crédito (12%); pagamento de multa e fiança (10%) e exposição à quebra de sigilo bancário, telefônico e dados cadastrais (7%).
Falta consciência
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, os consumidores devem ter consciência de que ao cometer ações ilícitas trazem prejuízos a toda a sociedade.
“Todos perdem com a corrupção e com as tentativas de levar vantagens indevidas. Ao cometer um ato ilícito, o consumidor não prejudica somente àquela empresa, mas toda a população que em algum momento será onerada com taxas e serviços mais caros”, destaca.
9% admitem a tentativa de levar vantagem sobre o governo
As tentativas de fraude contra o governo foram admitidas por 9% dos entrevistados. Entre esses, 39% admitiram a não declaração de posse de algum bem e 33% confessaram a obtenção de recibos falsos para abatimento de imposto de renda, com aumento de 9 pontos percentuais em relação a 2019.
A declaração de bens com valores inferiores ao correto (30%), o uso de documentos falsos (19%) e a falsificação de assinatura (18%) completam a lista de comportamentos entre os que buscaram levar vantagem sobre o governo. Em termos absolutos, 1,5 milhão de consumidores admitiram esses tipos de fraudes, um número menor do que o observado em fraudes contra empresas e pessoas.
“Os brasileiros podem e devem cobrar mais transparência nas ações dos representantes políticos, mas é igualmente importante que cada um faça sua parte e reflita sobre o lugar da ética em suas relações pessoais, profissionais e de consumo”, afirma Costa.
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