Pílula anticoncepcional para homens está sendo desenvolvida

Basicamente, esse hormônio modificado atua como a testosterona no corpo dos homens, mas não se apresenta em uma concentração suficiente nos testículos para promover a produção de espermatozoides.

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Já faz várias décadas que os cientistas vêm trabalhando no desenvolvimento de uma pílula anticoncepcional masculina que seja segura e não ofereça riscos para a saúde dos homens ou tenha efeitos colaterais desagradáveis – e obtendo avanços importantes.

Um desses times de pesquisadores, afiliado ao Instituto de Pesquisas Biomédicas do Centro Médico da Universidade da Califórnia em Los Angeles, anunciou no início do ano a realização de testes de um medicamento em seres humanos com resultados bastante promissores – e, agora, a mesma equipe publicou um estudo sobre a criação de um novo composto contraceptivo masculino.

Anticoncepcional masculino

A droga, chamada 11-Beta-MNTDC – uma derivada do medicamento usado nos primeiros ensaios, o undecanoato de dimetandrolona ou DMAU –, consiste em uma testosterona alterada que combina as ações do andrógeno, hormônio associado ao desenvolvimento e manutenção de características masculinas no organismo, e da progesterona, um hormônio produzido nos ovários das mulheres.

Basicamente, esse hormônio modificado atua como a testosterona no corpo dos homens, mas não se apresenta em uma concentração suficiente nos testículos para promover a produção de espermatozoides. Assim, enquanto a progesterona contida no 11-Beta-MNTDC interfere na produção do LH (hormônio luteinizante) e do FSH (hormônio folículo-estimulante), ambos com ação na síntese de esperma, o andrógeno ajuda a contrapor a queda em testosterona causada pelo composto.

Ensaios clínicos

Os testes envolveram a participação de 40 homens – que usaram o 11-Beta-MNTDC todos os dias no decorrer de 4 semanas para que a sua tolerância e segurança pudessem ser verificadas. Na verdade, o composto leva entre 60 e 90 dias para realmente impactar a produção de esperma de forma efetiva. Mas, durante o período em que a pesquisa foi realizada, os pesquisadores detectaram variações hormonais nos organismos dos participantes que indicam que o medicamento ofereceria o resultado esperado.

(Reprodução / The Conversation)

Os cientistas também detectaram uma dramática redução nos níveis médios de testosterona circulante – uma queda equivalente à observada em casos de deficiência de andrógenos no organismo –, e nenhum participante apresentou efeitos colaterais sérios ou mostrou complicações nos exames de segurança.

Para não dizer que não foram registrados quaisquer efeitos colaterais, durante os ensaios, entre 4 e 6 homens relataram sentir um pouco de dor de cabeça, fatiga ou notaram o surgimento de acne. Além disso, 5 participantes notaram uma ligeira queda na libido, e 2 deles disseram apresentar leve disfunção erétil, mas nada suficiente para reduzir a atividade sexual habitual ao longo do período dos testes.

É necessário que testes mais amplos sejam conduzidos, especialmente em se considerando que os resultados apresentados nesta ocasião foram obtidos com apenas 4 semanas de uso do 11-Beta-MNTDC e que esta fase dos estudos ainda não envolveu casais sexualmente ativos. No entanto, a expectativa dos pesquisadores é a de que esse anticoncepcional possa ser disponibilizado e utilizado pelo público dentro de 1 década, mais ou menos.



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