"O medo proveniente da pandemia também ajuda a criar essa tempestade perfeita para quem quer parar de fumar. Isso acontece, segundo o psiquiatra, porque o fato contraria uma das condições que levam as pessoas a postergarem parar de fumar. “Muitas consequências do tabagismo não são imediatas, demoram anos para surgir. Alguém que comece aos 16 anos a fumar vai ver os efeitos aos 45/50 anos, quando o risco de infarto aumenta, a pele e dentes envelhecem”, diz ele, explicando que a psicologia mostra que, quanto maior o hiato entre a gratificação e suas consequências, mais tempo tende-se a perdurar em uma dependência. Na pandemia, como o trato respiratório é o mais afetado em uma possível infecção, quem fuma tem carregado consigo esse temor constante e maior do que quem leva uma vida saudável. "Em tempos de Covid-19, o tabagista também tem mais medo por estar mais suscetível ao contágio, ao contrariar recomendações sanitárias como a de ficar com as mãos sempre limpas, não levar a mão à boca e usar máscara sem tocá-las por demais. “Ter de sair e voltar toda hora de casa para poder fumar também expõe mais a pessoa e sua família ao risco da infecção”, diz.