Traição pode fazer bem ao relacionamento? Nós provamos que sim

A infidelidade pode ser reflexo que algo não vai bem no relacionamento; pode ser uma chance de melhorar?

traição | shutterstock
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A traição, para a maioria das pessoas, causa decepção, raiva, mágoa, dor. No entanto, em certas situações, o sofrimento provocado por uma infidelidade pode ser o "impulso" que faltava para uma relação problemática dar uma guinada ou ruir de vez.

"Há várias razões que levam alguém a trair, como desejo de aventura, necessidade de sentir desejado, diminuição da paixão, etc. A traição , de modo geral, sinaliza que algo não vai bem naquele relacionamento. Assim, quando ela vem à tona, acaba revelando lacunas na vida a dois que ambos ignoraram com a crença de que com o tempo tudo melhoraria", comenta a psicóloga clínica Joselene L. Alvim, especialista em Neuropsicologia pelo setor de Neurologia do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Casal deve ficar atento ao relacionamento. (Foto: shutterstock)

Dessa forma, a traição pode, sim, gerar benefícios para os envolvidos, ainda que de uma maneira meio "torta". Duvida? Veja só alguns efeitos positivos:

Chance de alinhar expectativas

Para Joselene, a traição possibilita conversar francamente sobre o que cada um espera do relacionamento, pois há casais em que um tem expectativas sobre o outro, mas que nunca foram ditas, considerando que o par já deveria sabê-las. Então, quando estas expectativas não são atendidas, gera frustrações e que, para alguns a saída é a traição.

Ponto final numa relação "arrastada"

Uma infidelidade pode ajudar a encerrar um ciclo de sofrimento em uma relação problemática que vem se arrastando com muitas brigas, mesmo que permeadas com tentativas de reconciliações.

"A traição, em muitos casos, funciona como o empurrão que faltava para sair de uma convivência abusiva e até mesmo patológica ou em situações em que o término era mesmo inevitável, mas havia a necessidade de um acontecimento para determinar o fim", fala Marina Prado Franco, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Escancarar o que não andava bem

Conforme a experiência em consultório da terapeuta de casal e de família Carmen Cerqueira Cesar, muita gente vai tocando a vida em frente, sem questionar ou se comunicar de verdade com o par, deixando de resolver os problemas que aparecem e evitando procurar as causas de muitas insatisfações.

"Aí aparece 'do nada' uma traição! Nossa, que susto, não? Claro que não, pois a infidelidade sempre foi uma tragédia anunciada que um dia irrompe como um grito de alerta", diz Carmen, que recomenda, passado o choque e o desgaste inicial, que o casal tente compreender o significado do que aconteceu.

"A traição em si pode ser apenas um sintoma, ou seja, aquilo que pôde aparecer, a ponta do iceberg. Por baixo estão todas as questões negligenciadas há anos. As emoções são energia pura e precisam encontrar meios de se expressar. E, em alguns casos, a traição ocupa esse papel nas situações em que faltou diálogo e capacidade de ir resolvendo os problemas conforme eles iam surgindo", explica.

Percepção de que a atenção dada à relação é insuficiente ou até mesmo nula

Apesar de não ser a saída para as crises conjugais, a traição também pode – e deve - levar o casal a refletir e avaliar a relação, o que possibilita vê-la sob um prisma positivo que revela o que não estava indo bem no relacionamento e que nem sempre era perceptível para um dos lados.



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