Universo abriga planetas melhores do que a Terra, sugere estudo

Embora a vida triunfe por aqui, isso não significa que a Terra é o planeta mais habitável do Universo — cientistas indicam que outros astros podem ter condições ainda mais propícias

Planeta habitável | Reprodução
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Em um novo estudo liderado pela Universidade Técnica de Berlim, na Alemanha, pesquisadores identificaram 24 exoplanetas que podem ter condições de vida mais adequadas do que as nossas aqui na Terra. Em artigo compartilhado na edição de setembro da Astrobiology, os especialistas afirmam inclusive que algumas das estrelas orbitadas pelos corpos celestes podem ser melhores (no sentido de habitabilidade) até que o nosso Sol.

Os planetas "super-habitáveis" provavelmente são mais antigos, um pouco maiores, ligeiramente mais quentes e possivelmente mais úmidos que a Terra. Além disso, é provável que suas estrelas mudem mais lentamente e tenham maior expectativa de vida que a nossa.

Representação artística de um planeta habitável (Imagem: Nasa)

Segundo os especialistas, os 24 principais candidatos a planetas super-habitáveis estão todos a mais de 100 anos-luz de distância e, por isso, observações futuras com telescópios espaciais mais potentes prometem ajudar nas investigações.

"Temos que nos concentrar em certos planetas que têm as condições mais promissoras para vida complexa", disse Dirk Schulze-Makuch, líder do estudo, em comunicado. "No entanto, temos que ter cuidado para não ficarmos presos à procura de uma segunda Terra, pois pode haver planetas que podem ser mais adequados para a vida do que o nosso."

Os cientistas analisaram as informações de 4.500 exoplanetas em busca das condições necessárias para a existêcia de vida como a conhecemos. Eles focaram em sistemas com prováveis planetas terrestres orbitando dentro da zona habitável (onde possivelmente há água líquida) de suas estrelas hospedeiras.

Embora seja o centro do Sistema Solar, o Sol tem uma vida útil relativamente curta, de menos de 10 bilhões de anos. Visto que demorou quase 4 bilhões de anos para que qualquer forma de vida complexa aparecesse na Terra, muitas estrelas semelhantes à nossa, chamadas estrelas G, podem ficar sem combustível antes que uma forma de vida complexa se desenvolva.

Por isso, além de analisarem sistemas com estrelas G mais frias, os pesquisadores observaram sistemas com estrelas anãs K, que são um pouco mais frias, menos massivas e menos luminosas e têm vida útil mais longa, de 20 bilhões a 70 bilhões de anos. Como explicam os astrônomos, isso permitiria que os planetas em órbita desses astros fossem mais antigos, dando mais tempo à vida para avançar até a complexidade encontrada atualmente na Terra.

No entanto, os cientistas pontuam que, para serem habitáveis, os planetas não devem ser tão antigos a ponto de esgotar seu calor geotérmico e não ter campos geomagnéticos de proteção. A Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos, mas os pesquisadores afirmam que o ponto ideal para a vida é um planeta com entre 5 bilhões e 8 bilhões de anos.

O tamanho e a massa também são importantes: quanto maior o planeta, maior a quantidade de terras habitáveis. Espera-se que um astro que tenha cerca de 1,5 vezes a massa da Terra, por exemplo, retenha seu aquecimento interno por mais tempo através da decadência radioativa e também tenha uma gravidade mais forte para reter a atmosfera por um período de tempo mais longo.

Outro elemento crucial é a água — e os autores argumentam que um pouco mais desse elemento ajudaria na manutenção de vida em um astro. Isso em conjunto com uma temperatura média da superfície cerca de 5 ºC mais alta que a da Terra seria de grande importância para os possíveis seres vivos.

De acordo com os astrônomos, entre os 24 candidatos a planetas super-habitáveis, nenhum atende a todos os critérios para ser classificado como tal. Um deles, no entanto, possui quatro das características críticas, tornando-o possivelmente muito mais confortável para a vida do que nosso planeta natal.

"Às vezes é difícil transmitir esse princípio de planetas super-habitáveis porque pensamos que temos o melhor planeta", observou Schulze-Makuch. "Temos um grande número de formas de vida complexas e diversas, e muitas que podem sobreviver em ambientes extremos. É bom ter uma vida adaptável, mas isso não significa que temos o melhor de tudo."



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