A história de Pureza: da luta contra o trabalho escravo ao cinema

Trabalhadora rural é considerada ícone do combate à exploração

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Ministério Público do Trabalho

Pureza Lopes Loyola é uma trabalhadora rural que, depois de ficar sem notícias do filho, em 1993, vendeu tudo o que tinha no Maranhão e saiu em uma jornada de três anos à procura dele. No trajeto se deparou com trabalhadores vítimas de maus-tratos e em situação semelhante à escravidão.

O reencontro de mãe e filho aconteceu três anos depois no Pará, quando ele conseguiu fugir de uma fazenda da região.

A saga dessa maranhense foi parar no cinema. O diretor Renato Barbieri diz que o filme levou 12 anos para ficar pronto. Ele, que trabalha há décadas com temas ligados à escravidão, conheceu os detalhes dessa busca por meio de um amigo fotógrafo, e se inspirou na coragem de dona Pureza para contar a história.

Do interior do Maranhão a Londres

Dona Pureza recebeu um Prêmio Internacional contra a Escravidão da AntiSlavery International Award, a organização não governamental (ONG) mais antiga e respeitada do mundo nessa temática.

A trajetória dessa mulher a transformou em um ícone na luta contra a exploração e os maus-tratos a trabalhadores. Aqui no Brasil, ela teve um papel importante para que o país passasse a reconhecer, em 1995, a existência do trabalho escravo moderno. Foi quando começaram os resgates, explica o diretor Renato Barbieri.

Isso pode explicar também por que muitos trabalhadores brasileiros têm dificuldade em reconhecer o trabalho escravo moderno. Na avaliação de Renato, nascemos dentro de uma mentalidade escravagista, que acompanha o brasileiro há séculos e acaba normatizando a escravidão.

O chamado trabalho escravo contemporâneo é caracterizado em quatro situações: condições degradantes de trabalho, jornada exaustiva, trabalho forçado e a servidão por dívida, diz o procurador Italvar Medina, vice-coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Segundo Medina, quando os trabalhadores são resgatados, o vínculo trabalhista é encerrado com direito a todas as verbas rescisórias. Se não houver acordo com o empregador, o caso vai para a Justiça, a fim de que a vítima receba o que tem direito.

O empregador que explora o trabalho escravo fica sujeito a multa e responde a ação civil por danos morais e ação criminal no Ministério Público Federal, além de entrar para a lista suja do trabalho escravo.

Denúncia contra trabalho semelhante à escravidão pode ser feita por meio do Disque 100, pelo site mpt.mp.br  ou ainda presencialmente nas procuradorias do Ministério Público ou nas superintendências. (Por Kariane Costa - Repórter da Radioagência Nacional - Brasília)



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