Estudo aponta existência de nova orientação sexual: os digissexuais

As pessoas expressam a própria sexualidade por meio da tecnologia

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A menos que você tenha vivido debaixo de uma pedra durante os últimos anos, provavelmente já ouviu falar em bonecas sexuais e pornografia em realidade virtual. A novidade da vez, porém, é a de que, segundo um estudo recente, existe uma tendência a pessoas que gostam muito desse tipo de coisa começarem a se identificar com uma nova orientação sexual : a digissexualidade.

O estudo em questão foi conduzido por pesquisadores da University of Manitoba (Canadá) e publicado nesta semana no periódico “Journal of Sexual and Relationship”. Nele, os autores discutem essa nova orientação sexual e chegam a afirmar que os profissionais da saúde precisam se preparar para um “boom” de pessoas se assumindo como digissexuais.

Mas, afinal, o que é essa nova orientação? De acordo com Neil Mccarthur, um dos autores do estudo, a sexualidade de pessoas que se identificam com ela se manifesta através do uso da tecnologia , e isso vai desde a interação sexual via internet até o gosto por bonecas sexuais. “Muitas pessoas perceberão que as experiências delas com a tecnologia se tornam algo integral na identidade sexual delas, e algumas vão preferir isso a interações sexuais diretas com humanos”, afirma o professor.

Segundo o estudo, esse “boom” de pessoas que têm essa preferência vem da crescente modernização da indústria erótica. “As pessoas vão formar uma conexão intensa com seus companheiros-robôs. Esses robôs serão feitos sob medida para cumprir os desejos das pessoas que farão coisas que um parceiro humano não podem ou não têm vontade de fazer. Por esta razão, um número significativo de pessoas pode começar a usar robôs como sua forma primária de experiências sexuais”, completa ele.

Diversificação positiva ou problemática?

Apesar de parecer algo inofensivo, o crescimento desse tipo de tecnologia pode ter impactos significativos na sociedade e nas relações interpessoais, tanto positivos quanto negativos. De acordo com as conclusões do estudo, essa forma de se relacionar pode ser algo bastante útil para pessoas que têm dificuldades em encontrar parceiros ou parceiras por terem sofrido algum trauma sexual no passado.

Ainda assim, de acordo com outros estudos e análises, as tecnologias que “suprem” essa orientação sexual podem ser prejudiciais e até incitar comportamentos criminosos. Em julho deste ano, por exemplo, a True Companion, fabricante de bonecas sexuais personalizadas,  gerou polêmica ao colocar no mercado uma boneca que possui um modo “frígida” e se nega a fazer sexo com o parceiro. Como o robô não é capaz de impedir nada de forma física e é apenas capaz de “dizer que não está a fim”, a situação se torna praticamente a simulação de um estupro.

Além disso,  uma pesquisa realizada recentemente pela Newcastle University (Reino Unido), a pornografia em realidade virtual podem bagunçar o conceito de consenso – já que permitem criar versões virtuais de pessoas que existem e podem incentivar o “revenge porn” – e até incentivar a violência. Agora é esperar para ver como será o “boom” dessa orientação sexual, não é?



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