Árbitro brasileiro do UFC lida com fãs e brinca com passado baladeiro

Mário Yamasaki, 48 anos, começou a trabalhar como árbitro em 1994, nos Estados Unidos

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O UFC conta com muitos ídolos brasileiros. Anderson Silva, Junior Cigano, Vitor Belfort e José Aldo são alguns dos lutadores que recebem a atenção da torcida do País. Entretanto, não só somente os atletas que ganharam o público. O principal torneio de MMA do mundo conta com um árbitro paulista, que já é um veterano no mundo das lutas e vem gozando de um pouco do prestígio dos lutadores.

Mário Yamasaki, 48 anos, começou a trabalhar como árbitro em 1994, nos Estados Unidos, quando o MMA ainda era um esporte buscando seu espaço e rotulado como "vale tudo". O paulista acompanhou a evolução da modalidade e cresceu junto com o próprio UFC, além de ter trabalhado em eventos como o WEC e o Strikeforce.

Yamasaki participou do UFC São Paulo, que ocorreu no Ginásio do Ibirapuera, no último dia 19, e foi assediado por torcedores enquanto entrava rapidamente na arena. Algo que já faz parte de sua rotina.

Em entrevista, o árbitro falou sobre a evolução do MMA, seu passado como lutador (que foi prejudicado por ter misturado baladas com treinos) e as polêmicas que ainda envolvem o esporte. Confira a seguir.

Os lutadores brasileiros são cada vez mais valorizados aqui no Brasil. Isso acontece com você também? Recebe esse tipo de feedback de árbitros brasileiros?

Mário Yamasaki - Sim, claro. Sou o único brasileiro, mas com a vinda do UFC deu uma explosão muito grande. Eles já têm um programa que vamos lançar nesse ano para certificar os árbitros brasileiros para tentar atuar no UFC.

Costuma ser parado na rua para autógrafos e fotos quando vem para o Brasil?

Mário Yamasaki - Sim. Para mim é maravilhoso. Saí daqui há 22 anos tratado como pitbull, com todo mundo dizendo que vale tudo não prestava, e voltamos com esse glamour. E ainda bem que está indo por um rumo bom. Quem luta não briga.

Quem são os lutadores mais difíceis de lidar? Brasileiros, americanos?

Mário Yamasaki - Não tem. Depende da personalidade de cada lutador. Tem brasileiro que é ruim, tem americano que é difícil. Nick Diaz é ruim de lidar (risos).

Você é faixa preta em judô e jiu jitsu, certo? Chegou a competir e conseguir grandes resultados? Por que não o vemos com medalhas ou cinturão?

Mário Yamasaki - Treinei com a seleção brasileira. Mina família inteira lutava, mas nunca me dediquei o bastante para chegar a esse nível. Eu queria misturar um pouco de balada com treino (risos).

As regras do MMA atual mudaram bastante desde o antigo vale tudo, tanto para proteger o atleta quanto também para atingir um público maior. Acha que ainda pode haver mais mudanças?

Mário Yamasaki - Com certeza. Quando começaram, na época não tinha tempo de luta, começou a montar o tempo de lutar e regras para abertura na televisão. Isso fez popularizar. O MMA ainda está em sua infância, então acho que ainda pode mudar. Algumas coisas na pontuação, nos rounds. As pontuações e as regras vieram muito baseadas no boxe, e isso pode mudar um pouco.

O perfil do lutador mudou bastante desde que você começou a arbitrar?

Mário Yamasaki - Hoje ele tem que saber muito mais coisas de outras artes. Ficou muito mais fácil para trabalhar. Tem muito mais cara qualificado para lutar.

Você já arbitrou uma luta em que alguém se machucou seriamente?

Mário Yamasaki - Nunca. Só cortes mesmo.

A decisão de quem arbitra as lutas é feita pelas comissões atléticas. Como é ter que lidar com críticas de gente como o Dana White (presidente do UFC), que não se segura pra dizer o que pensa. Ele já chamou o Steve Mazzagatti de o pior da história...

Mário Yamasaki - É normal, porque árbitro tem dessas. Faz parte do negócio. Não tem jeito. A gente escuta. Minha mãe, coitadinha, escuta muita coisa ruim da torcida (risos). Mas o MMA ainda não tem tantos fanáticos como o futebol. Lá tem gente que morre por isso. Seria bom se no futebol se torcesse como fazemos no MMA.

Você passou por uma atuação polêmica no UFC Rio 2, quando anulou a vitória do Erick Silva por golpes na nuca do Carlo Prater. Para muita gente, inclusive para o UFC, a decisão foi equivocada. Lembrando disso meses depois, você mantém sua decisão?

Mário Yamasaki - A regra é bem clara. Se fala para o rapaz não bater mais de uma vez em um lugar proibido, ele pode ser punido. Eu falei com ele três vezes, então minha interpretação é de que foi proposital. Depois que falei com ele, ele me disse que não fala inglês, e eu estava falando em inglês com ele. Se eu soubesse, tinha falado em português e teria sido totalmente diferente. Mas são palavras técnicas. São profissionais, deveriam saber.

Você é corintiano, certo? O que acha dessa união recente entre futebol e MMA?

Mário Yamasaki - Sim, sou corintiano. Eu acho que o patrocínio é ótimo. O MMA vem indo para o lado do bem, então que passei isso para o futebol e que ensine isso. Todos no MMA são da paz, do bem.



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