Filme brasileiro leva o Prêmio do Júri em Cannes

Obra “Bacurau”, dos diretores pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles estreia em circuito nacional dia 30 de agosto

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Por Rodrigo Fonseca — Cannes

Uma das mais prestigiadas láureas da competição oficial do Festival de Cannes foi para as mãos de dois brasileiros este ano: o Prix du Jury (prêmio do júri) ficou com os diretores pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles por "Bacurau", que estreia em circuito nacional dia 30 de agosto.

A vitória deles veio minutos antes do anúncio do ganhador Palma de Ouro de 2019, entregue ao sul-coreano Bong Joon Ho pela comédia de tintas violentas "Parasite". A premiação, decidida por um júri presidido pelo realizador mexicano Alejandro González Iñárritu, encerrou a maratona cinematográfica cannoise, que iniciou sua programação de 200 filmes no dia 14 de maio. O longa brasileiro se passa em um futuro próximo, numa cidade chamada Bacurau, que desaparece do mapa após a morte de uma anciã.

"O 'Bacurau' envolveu trabalho de muita gente de várias partes do Brasil e mesmo de fora dele. Foram pessoas que trabalharam duro para que a gente pudesse ser honrado hoje aqui", disse Dornelles no palco.

Kleber, que foi crítico de cinema antes de se consagrar como diretor, foi buscar o Prêmio do Júri gritando: "Um beijo pra todo mundo no Recife e no Brasil”.

Pascal Le Segretain_ Equipa_Getty Images | Diretores Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, que venceram o Prêmio do Júri no Festival de Cannes com o filme ‘Bacurau’

“Nós, deste filme, trabalhamos pela cultura", disse o cineasta, que concorreu à Palma há três anos com 'Aquarius' ".

O resultado saiu no sábado (25), em meio a uma dupla vitória para o Brasil: "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", do cearense Karim Aïnouz, ganhou o troféu principal da mostra Um Certo Olhar (o Priz Un Certain Regard), e o thriller "The Lighthouse", produzido pelo carioca Rodrigo Teixeira, recebeu o Prêmio da Crítica. Iñarritu, ganhador de Oscars por "Birdman" (2015) e "O Regresso" (2016), viu em "Bacurau" um debate sobre injustiça social. Integraram o júri dele em Cannes cinco cineastas (a italiana Alice Rohrwacher, a americana Kelly Reichardt, o polonês Pawel Pawlikowski, o francês Robin Campillo e o grego Yorgos Lanthimos), as atrizes Maimouna N'Diaye (de "Burkina Faso", também diretora) e Elle Fanning (dos EUA) e o quadrinista franco-sérvio Enki Bilal.

Dornelles e Kleber venceram nessa categoria do palmarês de Cannes em empate com o diretor francês de origem maliana Ladj Ly, que eletrizou o evento com "Les Misérables". Seu longa mostra a corrupção policial nos subúrbios de Paris, a partir da agressão a um menino negro.



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