Atriz encarna escritora Clarice Lispector

Atriz interpreta escritora no monólogo Simplesmente Eu, Clarice Lispector

Beth Gourlart. | r7
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Desde que leu, na adolescência, o livro Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector (1920-1977), a atriz Beth Goulart começou a desconfiar de sua semelhança física com a escritora: olhos amendoados e maçãs do rosto ressaltadas.

Tal semelhança ganha força no espetáculo Simplesmente Eu, Clarice Lispector, que Beth adaptou, dirige e interpreta. Nele, ela vive a escritora e outras quatro personagens criadas pela autora de A Hora da Estrela.

A montagem será apresentada neste sábado (27) e domingo (28), às 21h, no teatro da Reitoria, dentro da mostra oficial do Festival de Curitiba, cidade onde Beth foi criada.

Em conversa com o R7, Beth contou que fez dois anos de pesquisa sobre Clarice, além de seis meses de preparação cênica e outros dois de ensaios da montagem, que contou com supervisão do diretor Amir Haddad.

- A Clarice era uma esfinge, um grande mistério. Ela se revela naquilo que escreve. Descobri que tenho muitos pontos em comum com ela. Fiz um espetáculo sensorial, que conversa com o público. Afinal de contas, a Clarice sempre propôs um diálogo com o seu leitor.

A ideia da peça surgiu quando Beth leu o livro Cartas Perto do Coração, com correspondências trocadas entre Clarice e o escritor mineiro Fernando Sabino.

- Vi que aquilo dava uma peça. Mas quando a família do Sabino não autorizou a montagem, eu já estava imaculada pela Clarice de tal forma que resolvi continuar só com ela.

A atriz leu biografias, teses e compêndios sobre a escritora nascida na Ucrânia que migrou com família judia para o Brasil, em 1922. Primeiro, Clarice morou em Maceió, depois em Recife, cidade na qual passou a infância. Uma rara entrevista da autora para a TV Cultura em 1977, dez meses antes de morrer de câncer, serviu de inspiração para trejeitos da personagem.

- É um dos raros materiais em vídeo dela. Foi muito importante para mim. A Clarice foi uma mulher à frente de seu tempo. Ela dizia: ?eu ganho na releitura?. Outra frase dela era: ?o que seria de mim se não fosse o futuro??. Parece que há novamente um interesse coletivo nela e em sua obra.

Após a passagem por Curitiba, a peça estreia em São Paulo no dia 9 de abril, no teatro do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no Centro, onde ficará em cartaz de sexta a domingo. A montagem continuará em cartaz no Rio, no teatro do Sesi, às terças e quartas.

O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES