Emocionado, José de Abreu relembra morte do filho e abuso sexual na adolescência

Abreu detalha o episódio e diz que enterrar sucessor é uma coisa muito dolorosa.

José de Abreu se emociona em entrevista | Reprodução/SIC
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José de Abreu, de 68 anos, se emocionou ao relembrar a morte do filho Rodrigo, durante entrevista ao programa "Alta Definição", da rede portuguesa SIC, neste sábado (13). Fruto da relação do ator com a advogada Neuza Serroni, Rodrigo despencou da janela do apartamento onde vivia com o pai, no Rio, em 1992, e não resistiu aos ferimentos.

Abreu detalha o episódio e diz que enterrar sucessor é uma coisa muito dolorosa. "Quando me separei da Nara [segunda esposa], fui morar com o Rodrigo. Moramos juntos por dois anos, só nós dois, paquerando as menininhas. Estava fazendo 'Amazônia' na [extinta TV] Manchete. Me ligaram e disseram 'aconteceu um acidente em seu apartamento. O Rodrigo está mal. Ele caiu da janela'. Só foi cair a ficha para mim um tempo depois. Enterrar o seu sucessor é uma coisa muito dolorosa", relatou.

"Perguntei ao delegado 'como você tem certeza que não foi suicídio?'. Um suicida se lança ao ar. O Rodrigo caiu batendo nas janelas. Foi quando tirei toda a culpa cristã que vinha à cabeça", reforçou.

O ator da Globo recordou também uma triste coincidência. "Um dia, ele [Rodrigo] me disse 'vocês, coroas, são fodas. Estava namorando uma bailarina linda e o Raul Gazola a tomou de mim'. Rapaz, era a filha de Glória Perez, a Daniela Perez. A filha da Glória Perez foi namorada do Rodrigo. O Rodrigo morreu em um ano e ela no ano seguinte. Foram velados na mesma capela, no mesmo cemitério. Um ano exatamente", detalhou.

Durante a entrevista, Abreu falou ainda sobre a morte da mãe "antiquada" aos 103 anos, do pai --no qual mantinha pouca convivência--, da época em que trabalhou como policial em anos de ditadura, sobre o uso de drogas, e também sobre o episódio onde afirma ter sido abusado por um padre.

"Guardei [essa história] por 30 anos. Mas foi um abuso leve. Não foi uma agressão física. Ele me masturbou durante uma sessão de cinema, dentro do seminário. Eu tinha 12 anos. Nunca tinha me masturbado. Queria morrer. Um absurdo. Ele era o padre-prefeito. Foi terrível. Tinha que confessar, dizer o que tinha acontecido e não tive coragem. Vivi três meses no pecado. Não tive coragem de denunciá-lo", admitiu.

José de Abreu comentou sobre Nilo, em "Avenida Brasil" (2012), classificado por ele mesmo "como o maior papel" em sua carreira. "O meu maior papel foi aos 65 anos, com o Nilo. Nem sabia que havia para onde mais subir na minha carreira. Tudo bem, eu não sou o protagonista das novelas, mas sou o amigo do protagonista e já está tudo bom. Depois do Nilo, a coisa mudou de figura. Marcou muito", contou.

Ao finalizar a entrevista, o ator também manifestou uma mágoa. "Estou zangado com um pessoa e ele me deve um pedido de desculpas. Não gosto desse jornalista. Ele me acusou de ter roubado dinheiro do povo e isso jamais faria. Só um idiota para me acusar disso. Ele não me conhece. Isso me atingiu muito. Como ele é um jornalista de uma revista muito respeitada, muita gente acreditou. Em dez anos de governo do PT, eu produzi apenas uma peça. E o cara me denuncia como se eu fosse o 'Mensalão das Artes'", afirmou, sem citar nomes.

Em agosto, José de Abreu apagou a sua conta no Twitter após trocar farpas com o jornalista Diogo Mainardi, da Globo News. Mainardi escreveu um artigo na revista Veja, em 2005, onde critica um patrocínio obtido pelo ator para uma peça.

 

 



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