GIOVANNA BALOGH
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) SÃO PAULO
A violência sexual demora para ser reconhecida e muitas vítimas passam anos sem falar sobre os abusos sofridos, principalmente, quando eles acontecem na infância e na adolescência.
A modelo e empresária, Luiza Brunet, 60, é uma delas. Ela conseguiu reconhecer os abusos sexuais sofridos aos 12 anos somente aos 54 anos, depois de ter sido também vítima de violência doméstica.
Ela conta que saiu de Mato Grosso do Sul para trabalhar como doméstica, aos 12 anos, em uma casa no subúrbio do Rio de Janeiro.
"Sofri abuso de uma pessoa que frequentava a casa. Algumas vezes ele me encostava na parede e tocava meu corpo. Isso me trouxe dores profundas e muito medo", conta Luiza, que é uma das embaixadoras do movimento #AgoraVcSabe, do Instituto Liberta, que dá voz às vítimas de violência sexual na infância e na adolescência.
O movimento promove um levante virtual para falar sobre um problema que diz respeito a 75% dos casos de violência sexual no país, cometidos contra crianças e adolescentes, a partir do relato de vítimas adultas.
Depois dos abusos, conta a modelo, ela retornou para casa e nunca falou com os pais sobre o assunto. "Não existia espaço para contar."
Depois de ser vítima de violência doméstica praticada pelo ex-companheiro, a empresária resolveu romper o silêncio de todas as violências sofridas para ajudar outras mulheres a não passarem pelo mesmo.
"É importante revisitar nossa própria história e reconhecer as violências sofridas ao longo da vida. Esvaziar essa dor e compartilhar com outras mulheres é importante para que elas possam reconhecer se foram vítimas", diz a empresária.
Para ela, as pessoas famosas têm essa responsabilidade de contar para ajudar outras mulheres.
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