'Quero que todas as crianças negras se aceitem', diz MC Sofia

Na visão dela, a aceitação do cabelo é um passo importantíssimo

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Aos 11 anos, Soffia Gomes da Rocha Gregório Correa já sabe muito bem o quanto o racismo machuca. "O mundo é muito racista. Dentro das escolas tem muitas crianças sofrendo por causa disso". Para ela, o que mais entristece é ouvir que seu cabelo é feio e esse é um dos temas mais recorrentes em suas músicas. "Quero que todas as crianças negras se aceitem como negras e aceitem seu cabelo", diz.

A paulistana começou a cantar realmente cedo! Influenciada pela mãe, Kamilah, ela participou de uma oficina de hip-hop aos seis anos de idade e desde então não parou mais. Hoje ela até já arrisca compor sozinha e demonstra que tem atitude de sobra nos shows. Além de estar consciente sobre a importância da mensagem a respeito de auto-aceitação, ela também já fala com propriedade sobre representatividade.

"Tem muito poucas pessoas negras na televisão. Nas novelas os negros são empregados, bandidos ou bobos. Agora que está tendo a Taís Araújo e o Lázaro Ramos como personagens principais, mas deveria ter mais. E mais crianças também! Porque a gente também gosta de fazer novela e teatro".

MC Soffia é a prova de que o questionamento pode ser incentivado desde cedo e é isso que ela busca passar em suas músicas. "Vou me divertir, enquanto eu sou pequena. A Barbie é legal, mas eu prefiro a Makena", canta a rapper no trecho de Menina Pretinha, se referindo à boneca negra de pano criada pela artesã Lucia Makena.

A menina acredita que a escola é um espaço importante para que o racismo seja desconstruído, mas também fala sobre a importância do debate dentro de casa. "Às vezes as mães, as avós e as tias [negras] têm cabelo alisado, então a menina que tem cabelo black também vai querer alisar".

Na visão dela, a aceitação do cabelo é um passo importantíssimo na luta das mulheres negras por mais espaço e respeito. "O cabelo das meninas negras têm muita importância, sim, e é bom você ser diferente das outras pessoas. E tem o poder também, porque no inglês black power significa algo como 'preto poder", considera.



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