Laurentino Gomes lança mais uma obra da trilogia sobre a escravidão

Obra mostra período de cem anos, entre a corrida do ouro em Minas Gerais, no início do século XVIII, e a chegada da corte de dom João ao Brasil, em 1808

Escritor Laurentino Neto lança mais um volume da trilogia sobre escravidão | reprodução internet
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O escritor Pedro Laurentino lança seu mais novo livro. Trata-se do segundo volume da trilogia dedicada à história da escravidão no Brasil.  A obra é uma sequência do primeiro livro, que chegou a ser apresentado na Bienal do Rio de Janeiro, no ano de 2019.

Editada pela Globo Livros, ‘Escravidão - Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de Dom João ao Brasil’ concentra-se no século XVIII. Interessante observar que a história mostra o auge do tráfico negreiro no Atlântico, motivado pela descoberta das minas de ouro e diamantes em território brasileiro. Também traz a disseminação, em outras regiões da América, do cultivo de cana-de-açúcar, arroz, tabaco, algodão e outras lavouras e atividades de uso intensivo de mão-de-obra africana escravizada.

A obra mostra ainda um período marcado por rupturas e certas transformações ocorridas no universo da sociedade branca da época, como a independência dos Estados Unidos, a Conjuração Mineira, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e o nascimento do abolicionismo na Inglaterra.

Escritor traz neste volume um recorte sobre a história do Brasil/reprodução internet

Livro anterior

Laurentino Gomes explica que há uma importante mudança na geografia do primeiro para o segundo volume: "O livro anterior teve seu foco principal na África, pelo simples motivo de que, para estudar a escravidão, é preciso sempre começar pela África. Este volume tem como cenário o Brasil, que se tornaria no século XVIII o maior território escravista do hemisfério ocidental. No espaço de apenas cem anos, mais de dois milhões de homens e mulheres escravizados chegaram aos portos brasileiros. Todas as atividades do Brasil colonial dependiam do sangue e do sofrimento de negros cativos. Entre outros aspectos, procuro descrever a violência e as formas de trabalho no cativeiro, a família escrava, as irmandades e práticas religiosas, o papel das mulheres, as fugas, revoltas e formação de quilombos e outras formas de resistência contra o regime escravista".

Durante o século XVIII, a busca por ouro e pedras preciosas, acompanhada pelo uso cada vez mais intenso de escravidão, fez com que o território brasileiro praticamente dobrasse de tamanho. Foram muitos acontecimentos e ali também tiveram iníício alguns fenômenos que marcariam profundamente a face do escravismo brasileiro

A escravidão urbana, de serviços, diferente daquela observada nas antigas lavouras de cana-de-açúcar na região Nordeste, deu maior mobilidade aos cativos, acelerou os processos de alforria, ofereceu oportunidades às mulheres e gerou uma nova cultura em que hábitos de origem africana se misturaram a outros, de raiz europeia ou indígena. "São esses alguns dos ingredientes principais na construção da grande, bela e sofrida África que hoje temos no coração do Brasil", afirma Laurentino.

Obra tem ilustrações e mais de 500 páginas

Livro

Com mais de 500 páginas e 31 capítulos ricamente ilustrados com imagens, mapas e tabelas, o segundo volume de Escravidão segue o estilo do livro anterior, caracterizado por um texto jornalístico fluido de leitura acessível, e reúne na forma de ensaios as observações e conclusões do autor ao longo de mais de seis anos de pesquisas. 

Nesse período, Laurentino Gomes debruçou-se sobre a vasta bibliografia já existente sobre o assunto e visitou centros de estudos, bibliotecas, museus e lugares históricos. O trabalho de reportagem incluiu viagens por doze países em três continentes

Para este volume, entre outros locais, o autor esteve em quilombos nos estados da Paraíba, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo; antigos engenhos de cana-de-açúcar da região Nordeste; terreiros de candomblé no Recôncavo Baiano; as cidades históricas do ciclo do ouro e diamante em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso; as fazendas dos barões do café no Vale do Paraíba; e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, maior entreposto de comércio de escravos no século XIX.

Sobre o autor

Paranaense de Maringá e sete vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor dos livros 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro (eleito Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras); 1822, sobre a Independência do Brasil; e 1889, sobre a Proclamação da República, além de O caminho do peregrino, em coautoria com Osmar Luduvico da Silva - todos publicados pela Globo Livros. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é titular da cadeira de número dezoito da Academia Paranaense de Letras.



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