Morte de Tim Maia completa dez anos

"Mais grave! Mais agudo! Mais m?dio! Mais tudo!". Imposs?vel ler essas palavras de ordem e n?o se lembrar de Sebasti?o Rodrigues Maia, o Tim Maia. Neste s?bado, completam-se dez anos sem o "s?ndico", que morreu em 15 de mar?o de 1998, em Niter?i, depois de passar mal ainda na passagem de som para o show que faria no Teatro Municipal da cidade.

Muitos expoentes da nossa m?sica fazem grandes can?es, mas nem sempre s?o grandes cantores, como ? o caso de Tom Jobim. Em outros casos, s?o cantores excepcionais, mas n?o comp?em, como Ney Matogrosso. Tim Maia era int?rprete e compositor prolixo.

Al?m disso, mesmo sem forma??o musical acad?mica, Tim sabia exatamente como cada instrumento deveria soar dentro do grupo, a ponto de colaborar para a forma??o de m?sicos e t?cnicos de ?udio. Seu selo, o Seroma (abrevia??o das iniciais de seu nome), era uma esp?cie de Motown (a gravadora do soul americano) brasileira, s? que de um artista s?. Ele foi o rei do soul no Pa?s.

Suas hist?rias lend?rias s?o cl?ssicas, envolvendo de drogas a aus?ncias em shows. Verdades ou n?o, o fato ? que ? dif?cil existir algu?m que tenha travado um contato com o cantor que n?o tenha passado por uma situa??o surreal. Apesar de ter se envolvido em brigas diversas, responder diversos processos, Tim era uma figura folcl?rica querida, carism?tica.

Tinha v?rios cachorros enormes em seu est?dio, para que ningu?m atrapalhasse os ensaios - principalmente a pol?cia, que freq?entemente reclamava da fuma?a que empesteava a vizinhan?a. (Tim subornava policiais com discos autografados e uma boa l?bia!). Costumava andar cercado de uns quatro ou cinco "asseclas" - para rir das suas piadas! - , para quem pedia ajuda at? para abrir tampinha de caneta! Quando os m?sicos chegavam para os ensaios, dava uma baseado para cada um se "inspirar" e dizia que a geladeira estava "cheia de mariola e danoninho, para a larica"!

Junto com Tom Jobim e Roberto Carlos, Tim Maia ? o artista nacional que tem o maior repert?rio no inconsciente coletivo brasileiro. Velhos, crian?as, mesmo quem nao ? ligado em m?sica conhece e sabe cantar algum de seus sucessos. Sua aus?ncia ? insubstitu?vel.