Oceanos e Itaú Cultural divulgam semifinalistas do prêmio literário

Foram classificados romances, poesia, contos e crônicas em língua portuguesa. Premiação será 100% virtual

Gestora cultural e curadora do Prêmio Oceanos, Selma Caetano. | Agência Ophelia
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Gestora cultural e curadora do Prêmio Oceanos, Selma Caetano.  (Foto: Agência Ophelia)

Nesta edição, entre 1.872 obras concorrentes, classificaram-se 22 romances, 22 livros de poesia, cinco livros de contos e cinco de crônicas, em um total de 54 obras de três continentes, publicadas por 34 editoras. Devido à pandemia e em respeito à saúde dos jurados, nessa edição, as análises e votações do Oceanos são realizadas virtualmente, com o apoio dos profissionais da área de tecnologia da informação do Itaú Cultural, parceiro do projeto

O anúncio dos semifinalistas para o Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa 2020, foi feito nesta terça-feira, 25 de agosto, simultaneamente no Brasil e em Portugal, às 16h e 20h, de acordo com os fusos horários de cada país, em live com os curadores Adelaide Monteiro, de Cabo Verde, Isabel Lucas, de Portugal, e Manuel da Costa Pinto e Selma Caetano, do Brasil. Com 1.649 livros,  o Brasil classificou 2,2% do total: 15 romances, 17 livros de poesia, quatro de contos e um de crônicas. Portugal, com 187 obras, classificou 8% do total: sete romances, quatro livros de poesia, três de crônicas e um de contos. Os países de língua portuguesa do continente africano, Angola, Cabo Verde e Moçambique, com 17 livros concorrentes, elegeram dois livros, um de poemas – cabo-verdiano – e um de crônicas – moçambicano.

Ainda que a cooperação e o intercâmbio literário em língua portuguesa se mostrem incipientes, vêm ganhando gradativamente espaço na preocupação dos nove países de quatro continentes que têm o idioma como língua materna e/ou oficial. Esta é a edição que apresenta maior número de livros publicados em mais de um país de língua portuguesa – cinco títulos:

– A ocupação, do brasileiro Julián Fuks, editado pela Companhia das Letras Brasil e Portugal;

– Autobiografia, do português José Luís Peixoto, publicado pela Quetzal, em Portugal, e pela TAG, no Brasil;

– Essa gente, do brasileiro Chico Buarque, pela Companhia das Letras Brasil e Portugal;

– Marrom e amarelo, do brasileiro Paulo Scott, editado pela Companhia das Letras, no Brasil, e pela Tinta-da-China, em Portugal;

– Torto arado, do brasileiro Itamar Vieira Junior, editado pela Todavia, no Brasil, e pela LeYa, em Portugal.

Com a ação do Oceanos frente aos editores, outros livros participantes desta edição terão em breve uma segunda edição em língua portuguesa.

Oceanos virtual

Em virtude da pandemia e em respeito à saúde dos jurados, nessa edição, as análises e votações do Oceanos são realizadas virtualmente, com tecnologia elaborada pelos profissionais da área de tecnologia da informação do Itaú Cultural, parceiro do projeto. A decisão de operar todas as etapas do prêmio por meios digitais já vinha sendo discutida para possibilitar o envolvimento de países dos quatro continentes cujo idioma oficial é o português.

Além disso, a iniciativa pode expandir a presença no prêmio de livros escritos em português e publicados em outros países, de língua oficial não portuguesa. Por exemplo, neste ano, o Oceanos também recebeu obras publicadas em português, em primeira edição, no Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos e Letônia.

Júri e seleção

Os livros inscritos foram lidos e analisados por um corpo de 88 profissionais das Letras – professores de literatura, escritores, poetas e jornalistas – de seis países de língua portuguesa. Entre os jurados, foram eleitos os 14 mais votados, que compõem os dois júris subsequentes. O Júri Intermediário, que entre agosto e novembro de 2020 analisa os 54 semifinalistas  para eleger os 10 finalistas, é composto pelos portugueses Clara Rowland, escritora e professora, Gustavo Rubim, professor e crítico literário, e Isabel Pires de Lima, professora e crítica literária; pelo moçambicano Nataniel Ngomane, professor e crítico literário, e pelos brasileiros Ana Paula Maia, escritora, Edimilson Pereira de Almeida, poeta e professor, e José Castello, escritor e crítico literário.

O Júri Final analisa os 10 finalistas, entre novembro e o início de dezembro, para eleger os três vencedores. Este é composto pelos portugueses Joana Matos Frias, professora, escritora e tradutora, e Carlos Mendes de Sousa, professor; pelo angolano Ondjaki, escritor; pela santomense Inocência Mata, professora e crítica literária, e pelos brasileiros Angélica Freitas, poeta, João Cezar de Castro Rocha, professor, e Viviana Bosi, professora.

Jurados desta etapa

Ana Paula Maia é escritora e roteirista, autora de sete romances, entre os quais Enterre seus mortos e Assim na Terra como embaixo da Terra, ambos eleitos Melhor romance do ano, em 2018 e 2019, pelo Prêmio São Paulo de Literatura. Vive no Rio de Janeiro, Brasil.

Clara Rowland é ensaísta e professora na Universidade Nova de Lisboa. Desenvolve seus trabalhos nas áreas de literatura brasileira, literatura comparada e estudos interartes, tendo publicado livros no Brasil e em Portugal. Vive em Lisboa, Portugal.

Edimilson Pereira de Almeida é poeta, ensaísta e professor de Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem mais de 20 livros publicados entre poesia, ensaio e literatura infanto-juvenil. Vive em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.

Gustavo Rubim é crítico literário e professor na Universidade Nova de Lisboa. Desenvolve seus trabalhos na área de Literatura e Antropologia, tendo publicado livros de ensaios e crítica literária. Vive em Lisboa, Portugal.

Isabel Pires de Lima é crítica literária e professora na Universidade do Porto. Exerceu o cargo de Ministra da Cultura e desenvolve seus trabalhos na área de Literatura Portuguesa, sendo especialista na obra de Eça de Queiroz. Vive no Porto, Portugal.

José Castello é escritor, jornalista e crítico literário. Publicou livros de biografia, crônicas, crítica literária e romance, tendo vencido o Prêmio Jabuti, em 2011, por Ribamar, que mistura diferentes estilos narrativos. Vive em Curitiba, Paraná, Brasil.

Nataniel Ngomane é crítico literário e professor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo, Moçambique. Foi diretor da Escola de Comunicação e Artes da UEM, e é presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, organismo dos PALOP tutelado pelo Governo de Moçambique. Vive em Maputo, Moçambique.

OBRAS SEMIFINALISTAS DO OCEANOS 2020

1. A casa das aranhas, de Márcia Barbieri – Reformatório, romance brasileiro

2. A cidade inexistente, de José Rezende Jr. – 7Letras, romance brasileiro

3. A imortal da Graça, de Filipe Homem da Fonseca – Quetzal, romance português

4. A morte e o meteoro, de Joca Reiners Terron – Todavia, romance brasileiro

5. A ocupação, de Julián Fuks – Companhia das Letras e Companhia das Letras Portugal, romance brasileiro

6. A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida – Relógio D’Água, romance português

7. Abliterações, de Paulo Dutra – Malê, poesia brasileira

8. Agora serve o coração, de Nei Lopes – Record, romance brasileiro

9. As durações da casa, de Julia de Souza – 7Letras, poesia brasileira

10. As solas dos pés de meu avô, de Tiago D. Oliveira – Patuá, poesia brasileira

11. Autobiografia, de José Luís Peixoto – Quetzal e TAG, romance português

12. Baal: um romance da imigração, de Betty Milan – Record, romance brasileiro

13. Cárcere privado, de Margarida Patriota – 7Letras, romance brasileiro

14. Carta à rainha louca, de Maria Valéria Rezende – Alfaguara, romance brasileiro

15. Casa de boneca para elefantes, de Patrícia Porto – Penalux, poesia brasileira

16. Cerração, de Alexei Bueno – Patuá, poesia brasileira

17. Contos de antes, de Ana Vargas – Patuá, contos brasileiros

18. Deriva, de Adriana Lisboa – Relicário, poesia brasileira

19. Essa gente, de Chico Buarque – Companhia das Letras e Companhia das Letras Portugal, romance brasileiro

20. Esta solidão aberta que trago no punho, de Dércio Braúna – Deleatur, poesia brasileira

21. Estreitas amplidões, de Rejane Gonçalves – Confraria do Vento, contos brasileiros

22. Fósforo e metal sobre imitação do ser humano, de Filipa Leal – Assírio & Alvim, poesia portuguesa

23. Frentes de fogo, de A. M. Pires Cabral – Tinta-da-China, poesia portuguesa

24. Giz preto, de Gonçalo Fernandes – Assírio & Alvim, poesia portuguesa

25. Imagens imaginadas, de Pedro Mexia – Tinta-da-China, crônicas portuguesas

26. Instruções para uso posterior ao naufrágio, de José Luiz Tavares – Imprensa Nacional-Casa da Moeda, poesia cabo-verdiana

27. Isto não é um documentário, de Marcos Siscar – 7Letras, poesia brasileira

28. Janelas abertas nº 3, de Liv Lagerblad – Garupa / Kza1, poesia brasileira

29. Marrom e amarelo, de Paulo Scott – Companhia das Letras e Tinta-da-China, romance brasileiro

30. Monstruário de fomes, de Ruy Proença – Patuá, poesia brasileira

31. O beco da liberdade, de Álvaro Laborinho Lúcio – Quetzal, romance português

32. O gesto que fazemos para proteger a cabeça, de Ana Margarida de Carvalho – Relógio D’Água, romance português

33. O homem ridículo, de Marcelo Rubens Paiva – Tordesilhas, contos brasileiros

34. O melindre nos dentes da besta, de Carol Rodrigues – 7Letras, romance brasileiro

35. O processo violeta, de Inês Pedrosa – Porto, romance português

36. O quarto rosa, de Francisca Camelo – Editora Exclamação, poesia portuguesa

37. O que resta está por vir, de Maria Carpi – AGE, poesia brasileira

38. O universo num grão de areia, de Mia Couto – Fundação Fernando Leite Couto e Caminho, romance moçambicano

39. O verão tardio, de Luiz Ruffato – Companhia das Letras, romance brasileiro

40. Obnóxio, de Abel Barros Baptista – Tinta-da-China, crônicas portuguesas

41. Pontos de fuga, de Milton Hatoum – Companhia das Letras, romance brasileiro

42. Quotidiano instável, de Maria Teresa Horta – Dom Quixote, crônicas portuguesas

43. Retratos com erro, de Eucanaã Ferraz – Companhia das Letras, poesia brasileira

44. Rosa que está, de Luci Collin – Iluminuras, poesia brasileira

45. Sombrio ermo turvo, de Veronica Stigger – Todavia, contos brasileiros

46. Squirt, de Telma Scherer – Terra Redonda, poesia brasileira

47. Talvez eu tenha morrido, de Juba Maria – Feminas, poesia brasileira

48. Torto arado, de Itamar Vieira Junior – Todavia e LeYa, romance brasileiro

49. Todos nós temos medo do vermelho, amarelo e azul, de Alexandre Andrade – Relógio D’Água, contos portugueses

50. Tudo pronto para o fim do mundo, de Bruno Brum – Editora 34, romance brasileiro

51. Ulpiana, de Bernadette Lyra – Editora a lápis, romance brasileiro

52. Um passo para o Sul, de Judite Canha Fernandes – Gradiva, romance português

53. Uma furtiva lágrima, de Nélida Piñon – Record, crônicas brasileiras

54. Véspera: debris, de Pedro Mohallen – Patuá, poesia brasileira

Parcerias

O Oceanos tem patrocínio do Banco Itaú e da DGLAB – Direção-Geral dos Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas, da República de Portugal; o apoio do Itaú Cultural – responsável pela governança do prêmio –, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, além do apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES