Alessander Mendes: docência com humanidade e talento

Professor Alessander Mendes mostra que sua missão de vida é ensinar com qualidade e cuidado ao próximo, buscando entender as relações humanas a partir do dom da mediação

Alessander Mendes, natural do município de Água Branca, localizado há pouco mais de 100 km de Teresina, nasceu no dia 10 de novembro de 1975. Considera-se erradicado em Prata do Piauí e em Teresina, quando chegou quando tinha quase dois anos. Hoje ele tem a missão de ensinar e mediar conflitos.

No currículo, muitos títulos. É historiador pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi), advogado, especialista em Direito Eleitoral pela Universidade Federal do Piauí (Ufpi), além de mestre em Gestão de Conflitos por uma faculdade de Fortaleza.

Com uma vida profissional que começou bastante precoce, ainda aos 12 anos, como menor aprendiz, Alessander foi da sala de aula para os auditórios das escolas ensinar sobre como resolver conflitos interpessoais. Assim ele busca construir uma escola mais democrática, tendo essa sua missão em servir.


Lado humano ganhou destaque internacional

Muito cuidadoso com seu lado profissional, o Alessander professor universitário dá show em sala de aula e fora dela, em um mini-estúdio que tem em seu apartamento para gravar aulas online.

O lado humano do professor Alessander ganhou destaque internacional quando teve que acalentar o bebê de uma aluna enquanto ministrava o conteúdo. O vídeo, claro, ganhou repercussão em todo o Brasil e mundo.

Para NOSSA GENTE, o professor Alessander Mendes mostra que sua missão de vida é ensinar com qualidade e cuidado ao próximo, buscando entender as relações humanas a partir do dom da mediação.



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“"A escola deve agregar os diferentes. Precisa estar preparada para entender as relações entre professor e aluno, professor e pai de aluno, etc. É preciso discutir a interpessoalidade""
Alessander Mendes

JMN: Como o senhor começou sua vida profissional?

AM: Fui menor aprendiz na Caixa Econômica aos 12 anos de idade, antes da Constituição Federal de 1988. Então ali aprendi a lidar com pessoas em situação de crise. Passei a ouvir aquelas angústias. Deu uma ansiedade de puder ajudar, depois procurar o lado técnico. Meu lado historiador nasceu para dar um norte aos alunos que buscavam o que fazer no vestibular, um ponto de virada. Então fui fazer Direito, querendo ser um grande advogado. Agora eis me aqui, professor e mediador de conflitos.


JMN: Qual o desafio neste processo?

AM: Perdoar e pedir perdão. Que instituição difícil.


JMN: Como fazer um escola pública mais democrática a partir da mediação?

AM: A educação é múltipla e as pessoas precisam ser entendidas como elas são, não como elas deveriam ser. A escola deve agregar os diferentes. Precisa estar preparada para entender as relações entre professor e aluno, professor e pai de aluno, etc. É preciso discutir a interpessoalidade. Hoje é preciso ver vários prismas. Várias religiões. A questão da sexualidade. É preciso educar a partir de diferenças. O jovem em formação tem vários conflitos entre se aceitar e aceitar a relação entre ele e as outras pessoas. Isso pode gerar depressão e ansiedade.


JMN: Qual o papel do mediador?

AM: Às vezes os conflitos são frágeis, simples. Mas quando não são solucionados podem se transformar em situações catastróficas. Vou dar um exemplo: ao aluno pega a caneta do outro. Aquele que percebeu logo ficou uma fera, quando aquele que pegou a caneta poderia ter simplesmente devolvido. Isso fez com que o aluno falasse para o irmão, que foi na escola e deu duas facadas no outro estudante por causa de uma caneta. A ideia é perceber que o conflito é dimensionado por nós. Então a ideia é atender a rede pública neste incentivo, com um trabalho voluntariado. Vivo da iniciativa privada, com uma empresa de consultoria.


JMN: E a mediação?

AM: Percebi que minha habilidade de professor e mediador poderia fazer com que as pessoas pudessem solucionar seus conflitos. Então foi a partir daí que comecei a fazer cursos de mediação, sou da primeira turma de mestres em mediação no país, mas sempre com a missão de servir. Como servir da melhor forma possível?


JMN: Essa valorização da educação levou você para esse campo?

AM: Eu costumo dizer que hoje, na minha vida, estou em uma linha de gratidão. Deus me deu muita coisa. Recebi muitos benefícios. Agora mesmo, fui premiado como melhor professor do curso de Direito da faculdade que ministro aulas. Não sou diferente de ninguém. Então a vida é grata. A forma que tenho de retribuir é dando as melhores aulas e empoderar as pessoas de conhecimento, fazendo com que elas percebam que podem mudar de vida.


Jornal Meio Norte: O senhor é natural do município de Água Branca. Quando veio para Teresina?

Alessander Mendes: Ainda pequeno. Sou de uma família de 12 irmãos. Sou o mais novo. Na Água Branca, na época, não tínhamos tanta oportunidade. Meu pai, embora servidor público federal, ganhava muito pouco para manter tanta gente. Então ele abandonou tudo e pediu transferência para Teresina, para que todos pudéssemos estudar. Eu devia ter um ano e meio. Mesmo com todas as dificuldades, a educação era a prioridade.


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