Avelar Amorim instiga o público com sua arte

Além de artista plástico, Avelar Amorim também tem grupo de teatro e está sempre com vontade de produzir e fazer algo relacionado com arte

Avelar Amorim é um desses artistas plásticos versáteis. Natural do município de Miguel Alves, ele descobriu o gosto pela arte bem cedo e foi ao longo de sua trajetória dando forma ao que mais gosta de fazer: criar. E não é por acaso que seus trabalhos sempre chamam a atenção do público e faz dele uma marca, afinal onde tem sua assinatura, tem algo que instiga as pessoas a pensar. E é essa sua intenção. Cada vez que cria uma nova exposição, ele causa as mais diversas sensações no público. “Gosto de representar meu trabalho com algo que dialogue com quem observa”, define o artista que adora inventar coisas.


Artista gosta de trabalhar temática erótica

Suas exposições, além de todo o colorido que é peculiar as telas, trazem detalhes e traços que revelam um profissional das artes visuais sempre dispostos a levar uma mensagem, seja ela positiva ou não. O importante é deixar um recado a quem olha. O seu pai, artista e fotógrafo, foi a inspiração para começar a pintar, mas mesmo assim, Amorim garante que o talento sempre esteve presente em suas veias, pulsando. E o resultado não poderia ser outro.



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““Tenho um trabalho que vai por várias linguagens. Eu não tenho preconceitos. Eu procuro ficar à vontade para trabalhar. Quando você faz algo acreditando, tudo funciona”"
Avelar Amorim

JMN: De que forma as pessoas estão presentes em sua obra?

AA: Pinto pessoas que mais parecem caricaturas. São exageradas em diversos traços. Bem nordestina em sua expressividade. Mulheres consideradas feias, que fogem ao padrão de beleza. Na verdade, são personagens que aparecem em meio às tintas. Cheguei certa vez a pintar as prostitutas da rua Paissandu. Tudo serve de inspiração, as pessoas nas ruas. Teresina me inspira e são muitas as opções que surgem em meio à cidade. Certa vez fiz uma exposição chamada Noivas. E eram noivas das mais diversas. Da época que meu pai ia fotografar os casamentos e esses registros me serviram de inspiração. E trabalhei outras temáticas nordestinas. Gosto muito de trabalhar a arte erótica. E foi a partir dai que surgiu a exposição Saliências.

JMN: De que forma você expressa sua arte?

AA: Tenho um trabalho que vai por várias linguagens. Eu não tenho preconceitos. Eu procuro ficar à vontade para trabalhar. Quando você faz algo acreditando, tudo funciona. Até uma simples flor. Pelo fato de ter vindo do interior, de ter a natureza muito presente na minha vida, eu sempre retratei esse meu mundo, as cenas nordestinas. Mas tem quem critique, às vezes, o que a gente faz.


JMN: De onde veio essa paixão pela pintura?

AA: As artes plásticas sempre esteveram em minha alma. Eu tive uma infância muito feliz, brincava muito de carro feito de lata, subia em árvore, me divertia, bem diferente das crianças de hoje. E isso contribui muito para o meu desenvolvimento artístico. Eu gostava de desenhar, encenar. E isso também in-fluencia hoje o que eu faço. Além da pintura, tenho um grupo de teatro. Gosto de representar meu trabalho algo que dialogue com quem observa. Estou sempre com essa vontade de fazer. Estou sempre fazendo algo relacionado à arte.


Jornal Meio Norte: Você é um artista que sempre traz para seus trabalhos temas e situações que causam as mais diversas reações no público. Você pode falar de algumas dessas exposições que marcaram sua trajetória?

Avelar Amorim: Uma delas foi a exposição Teresina Réa Feia. Os temas que escolho remetem ao piauiês. As pessoas se familiarizam com o que eu pinto e essa teve uma boa aceitação pela cidade. Na verdade, eu não estava falando mal da cidade, mas homenageando-a. Me apaixonei por Teresina, mesmo sendo de Miguel Alves, procurei expressar o meu amor a ela também através da arte. Fiz uma enquete no facebook de quais os lugares que as pessoas achavam feio na cidade, pontos que estavam abandonados, sujos e muita gente respondeu a enquete. E decidi pintar esses lugares mais falados. Comecei a pintar usando a técnica da aquarela. E muita coisa eu comercializei. Foi uma homenagem, mas também um despertar para um outro olhar para Teresina, de valorizar o espaço tanto pelas pessoas que moram aqui, como também o olhar dos órgãos públicos para esses lugares, alguns feios porque não estavam sendo cuidados.

E aí veio também a exposição Passa pra dentro. E o nome foi em razão que o foco principal eram aquelas casas bem simples do Nordeste, lugares perdidos nessas estradas. Também teve a exposição Saliências, que remetia ao erótico e criou uma certa polêmica.


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