Delegado Bonfim Filho: Uma vida dedicada à segurança

A morte precoce, aos 59 anos, vítima de complicações da diabetes, é motivo de tristeza para todos que o acompanharam. Delegado deixa um legado de inspiração e reconhecimento

O delegado Bonfim Filho, que deixou muita gente com saudade na sexta-feira (31), foi um homem forte, responsável e com um compromisso incondicional à Polícia Civil do Piauí. Atuou fortemente contra o crime organizado durante os anos 80 e 90.

Atuando como delegado geral durante 12 anos, Bonfim foi uma força incessante à corja de criminosos que aterrorizaram o Estado por quase duas décadas. Além de ter passado por vários distritos e cidades, o delegado assumiu a Polinter e também o 1º e 2º Departamento de Polícia.


Delegado inspira nova geração de policiais civis

A morte precoce, aos 59 anos, vítima de complicações da diabetes, é motivo de tristeza para todos que o acompanharam. Mas, ao mesmo tempo, a memória do saudoso delegado Bonfim Filho inspira uma nova geração de policiais civis, além do forte desejo de progresso e mudança no que diz respeito à pauta da segurança pública.

Um homem humilde, sincero e 100% dedicado ao trabalho. Um delegado que chegava a trabalhar por até 24 horas por dia para evitar as atrocidades do crime organizado do Piauí.  Bonfim Filho deixa uma viúva, quatro filhos e seis netos, além de muitos colegas com saudade do pulso firme e, ao mesmo tempo, compreensivo do eterno policial civil do Estado do Piauí.

Para NOSSA GENTE, o delegado Bonfim Filho é um exemplo de profissional e de ser humano, que tem um pouco de sua história contada por delegados da Polícia Civil, que, assim como ele, combatem o crime com responsabilidade.



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“"Ele sempre foi uma pessoa com habilidade no poder de investigação. Ele tinha um raciocínio rápido""
Delegado Riedel Batista

JMN: E como fica a memória do delegado Bonfim Filho?

DAN: No nosso país, somos carentes de boas histórias e referências. Tenho certeza absoluta que o delegado Bonfim Filho, com sua atividade profissional e a maneira que se relacionava com as pessoas, ele é um grande piauiense, um homem que marcou história em nosso Estado para gerações futuras, sobretudo gerações de policiais.

JMN: O senhor chegou a trabalhar com ele?

DAN: Não tive essa oportunidade. Mas as histórias de tudo o que ele fez e como tratava os colegas de profissão e quem ele se relacionava, como as vítimas, agentes, escrivães, peritos… Ele só deixou portas abertas. Como poucos, ele é uma unanimidade na Polícia Civil do Piauí.

JMN: É verdade que o delegado inspirou você a seguir carreira policial?

DAN: Sim. Ver o trabalho daqueles homens, dentre eles o delegado Bonfim Filho, e como eles eram dedicados, mesmo cobertos de ameaças, em dar mais segurança à sociedade, cresceu em mim a paixão pela atividade policial e o desejo de seguir carreira.

Jornal Meio Norte: Como você conheceu o trabalho do delegado Bonfim Filho?

Delegado Anchieta Nery: Eu conheci o trabalho do delegado Bonfim Filho bem antes de desejar estar na Polícia Civil. Anos e anos atrás, quando ainda era adolescente, eu ficava atento às reportagens na TV sobre o que ficou conhecido como “crime organizado do Piauí”. Algumas figuras ganharam destaque pelo posicionamento firme e combativo que tiveram no enfrentamento desta organização criminosa, que assustava com crimes violentos várias pessoas do estado. Dentre essas pessoas atuantes, o delegado Bonfim Filho teve destaque, como delegado geral, e por ter comandado a Comissão Investigadora do Crime Organizado, que havia sido criada na época para trazer segurança para as pessoas.

JMN: Ele chegou a ser homenageado em vida?

DRB: Sim. Fizemos várias homenagens a ele. Inauguramos a galeria dos ex-delegados gerais, que eu só pensava no delegado Bonfim. Fizemos isso no final de 2017, na presença dele e dos demais delegados. Deixamos esse legado, que está na galeria da Delegacia Geral, com fotos de todos, inclusive dele. Temos muita saudade desse amigo que foi e sempre será o delegado Bonfim. Amigo da Polícia Civil, policiais e dos familiares. Só temos a parabenizar a pessoa que ele foi, que permanecerá em nossos corações com muito amor fraterno. Um amigo que deixa saudade e deixa lembranças boas.

JMN: Quais lembranças você tem dele?

DRB: Foi um grande policial e um grande pai de família. Infelizmente ele partiu cedo, muito novo. Acompanhamos a luta dele ao longo destes cinco anos contra o diabetes. Falávamos para ele descansar, mas ele sempre foi protetor dos policiais e quis estar nos momentos de maior dificuldade. Isso foi debilitando a saúde dele até chegar a esta situação de diabetes incontrolável. Mas ele deixa um grande legado e um bom exemplo à Polícia Civil.

JMN: Como era o delegado Bonfim no cotidiano da polícia?

DRB: Ele sempre foi uma pessoa com habilidade no poder de investigação. Ele tinha um raciocínio rápido para roubos a banco, homicídios e pistolagem. Além de outros crimes na capital. Ele orientou muitos delegados, inclusive eu. Essas orientações foram muitos importantes para o seguimento da minha carreira, onde passei um tempo na Corregedoria e retornei ao 1º DP. Depois fui ser titular na Polinter, e logo depois fui ser delegado geral por quatro anos. Os ensinamentos dele até hoje servem para minha carreira. A retidão de caráter e fazer sempre a coisa certa, por exemplo. Olhar os detalhes, ter calma, comando e liderança das equipes, além da questão de dar exemplo aos policiais que trabalham com você, de forma séria. É preciso passar confiança.

JMN: O senhor chegou a trabalhar com ele?

DRB: Tive a oportunidade de trabalhar com o delegado Bonfim durante cinco anos. Isso na Comissão Investigadora do Crime Organizado (CICO), no final de 2006. Fomos convidados pelo delegado Bonfim. Na época, nós atuávamos como delegado titular geral do 1º DP. Passamos cinco anos na Comissão, investigando muitos crimes e desbaratando quadrilhas. Fizemos um trabalho muito bom com ele, como coordenador e orientador destas ações neste período.

Jornal Meio Norte: Quem é o delegado Bonfim Filho para você?

Delegado Riedel Batista: Tenho quase 20 anos como delegado de polícia. Falar do delegado Bonfim é uma satisfação muito grande. Foi um grande profissional que ajudou muito no crescimento da Polícia Civil em todo o tempo que esteve na ativa. Após a inatividade, ele ainda contribuiu com orientações e experiências.

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