Di Holanda é um artista de muitas facetas

Artista passeia pela produção visual, poesia, prosa, fotografia e até histórias em quadrinhos.

Nascido em Pedro II, a terra da opala e do maior festival de inverno do Nordeste, Francisco Carlos de Holanda, ou Di Holanda, como assina as obras que produziu, nasceu no dia 22 de agosto de 1962, sendo assim um bom leonino.

Desde criança, um prodígio. Começou a pintar com oito anos de idade e já participou de várias exposições. Além disso, tem um vasto trabalho na área literária e um livro sobre a lenda do Cabeça de Cuia em formato de história em quadrinho (HQ).

Com o lado artístico sempre aflorado, o multitalentos passeia por várias formas de expressão. Das artes visuais às letras, a obra de Di Holanda é como um livro ilustrado. O HQ, no caso, é um caminho natural de convergência produtiva.


Mais produtivo com a pandemia

O escritor e artista visual conta que a pandemia o deixou mais produtivo e que agora a arte tomou protagonismo no cotidiano, tomando cada vez mais horas de cada dia.

Para NOSSA GENTE, Di Holanda vê um futuro promissor de talentos no Piauí, mas cobra um melhor cuidado com a cultura brasileira.



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“"Não há sensibilidade política para abrir espaços e motivar os artistas. Creio que muitos aí estejam passando por dificuldades nessa pandemia""
Di Holanda

JMN: O senhor acha que a cultura vem sendo valorizada no Brasil?

DH: A cultura não é valorizada e tampouco beneficiada em lugar nenhum do Brasil. A lei Rouanet só beneficiou os músicos da panelinha. Outros artistas não tem vez. No Piauí, o acesso à lei Tito Filho e o Siec também são um fiasco. É preciso colocar gestor que tenha sensibilidade com as artes e friso aqui: ARTES. Não só a música. Enquanto o poder público não valorizar quem realmente conta a história, não haverá história para contar para nossos filhos e netos. E se vocês que estão lendo agora, perguntem-se: por que ainda não levei meus familiares para conhecer o Museu do Piauí? Por que não fomos ver uma exposição de graça na Casa da Cultura ou na Galeria do Teatro 4 de Setembro? Por que não fui assistir a um show no Teatro ou a uma peça, ou ainda uma apresentação de balé? Falta-nos o gosto e motivação para a cultura. Estamos muito longe de sermos um país de primeiro mundo. Mas, o exemplo está a olhos vistos começando pelo atual governo.


JMN: Fale um pouco sobre sua produção literária…

DH: O que publiquei até hoje foi com recursos próprio. Tenho títulos inéditos como "CANGACEIROS" que provavelmente depois de diagramado dê 400 páginas, é um romance. A LISTA DO CORVO é um romance de ação policial. A GAROTA DOS OLHOS DE VIDRO, ficção; A CONQUISTA DO REINO,romance de época;  A ESFERA, ficção; A CASA, ficção; AKUMA, terror; LOBISOMEM NO SERTÃO, terror; FUGITIVOS, policial; O COBRADOR, policial; FÉRIAS VIOLENTAS, terror; VINGANÇA, ação, ARTE DE VAMPIROS, terror;  CRIATURAS, terror;  EVA, ação; GINA A JUSTICEIRA, aventura; SUICÍDIO, ficção;  entre outros. São títulos dentro dos gêneros policial, ação, aventura e terror. Pretendo agora colocar na plataforma da amazom.com.


JMN: Como observa as artes visuais no Piauí?

DH: O Piauí é um celeiro de artistas visuais. Não vou citar nomes para não ser injusto caso me esqueça de algum. Não há incentivo para artistas no estado do Piauí. Não há sensibilidade política para abrir espaços e motivar os artistas. Creio que muitos aí estejam passando por dificuldades nessa pandemia. Mas antes mesmo que se cobre ações políticas de espaços e galerias, é preciso que se eduque as crianças nesse sentido. Levar os filhos e sobrinhos ao teatro, ao museu, às exposições. Criar esse hábito é fundamental para futuras gerações ou então nossas crianças crianças irão ficar ainda mais emburrecidas. Temos que valorizar artes e artista. Político só liga para votos e não está preocupado com literatura, artes plásticas, cinema, escultura, música ou dança. Agora marque uma reunião na sua casa para tomar um café e diga que tem dez eleitores que ele vai mas é ligeiro. Ah, mas isso tem que ser feito pelo menos um mês antes da eleição. Se for depois de eleito é melhor esperar o próximo pleito.


JMN: Como desenvolveu a habilidade?

DH: Desenvolver uma habilidade é praticar bastante. No meu caso, Deus me deu esse dom e agora faço disso minha vida. No dia em que não desenho ou pinto fica um vazio.


JMN: É verdade que o senhor começou a pintar aos 8 anos de idade?

DH: Sim. Eu comecei a desenhar com aproximadamente oito anos. E quando já ia fazer dez anos, o João Alemão, da Paróquia de Pedro II me convidou para fazer algumas ilustrações com textos bíblicos que eram rodadas ou impressas em mimeógrafos. Aos doze anos fui suspenso do colégio onde eu estudava por desenhar uma mulher nua e mostrar para os outros alunos. A partir daí não parei mais e passei a pintar e desenhar com nankin. Hoje pinto com aquarela, acrílica e óleo. Já fiz exposições no Aeroporto, Riverside Shopping, Galeria do Clube dos Diários e na Casa da Cultura. Também como curador realizei a maior exposição de todos os tempos com 22 artistas de nível e 64 obras.


JMN: As histórias em quadrinhos são um campo para a poesia associada a linguagem? Fale sobre sua HQ do Cabeça de Cuia.

DH: Eu sou do tempo que a gente colecionava TEX, TARZAN, ZORRO, FANTASMA, e as revistas DISNEY, TIO PATINHAS, DONALD, ZÉ CARIOCA e tantos outros. Também gosto dos personagens do Maurício de Sousa, da DC e da MARVEL. Sou apaixonado por histórias em quadrinhos, aliás, desenvolvi minha dicção lendo gibis. Quanto à revista Cabeça de Cuia em HQ, a intenção era era lançar um APP tipo jogo online e a revista seria o storyboard para o APP e para o filme que pretendíamos colocar no mercado e nos cinemas. Como não obtivemos êxito com o projeto, não tínhamos patrocinadores, lançamos a revista que eu coloco o roteiro em três versões da lenda; uma folclórica, outra na linguagem dos pescadores e por última, uma versão alienígena. A tiragem foi de mil exemplares e se esgotou rapidamente.


JMN: São expressões artísticas que se conectam a partir da linguagem?

DH: Toda expressão artística tem uma linguagem própria e estilos diferentes. Eu gosto das onze artes, especificamente no que diz respeito às artes visuais, às HQs, ao cinema, a literatura e o cinema. Antes do que está acontecendo hoje, eu tinha um empreendimento, uma Lan House e Locadora de DVDs. O meu acervo chegou a dois mil e oitocentos filmes e eu tinha por obrigação assistir a todos para cobrar de algum usuário quando reclamasse que o DVD alugado poderia apresentar defeito. Como sou cinéfilo por natureza, assistia a cada lote comprado. Foi um sucesso enquanto durou.


Jornal Meio Norte: Como é dividir a vida entre a poesia e as artes visuais?

Di Holanda: Antes eu escrevia à noite e só pintava nos finais de semana e feriados. Hoje, com a pandemia, durmo menos, escrevo, pinto, desenho e fotografo mais. Lancei com 18 anos meu primeiro livro de poesia intitulado "Meus Poemas Teus" - o lançamento aconteceu na Galeria do Theatro 4 de Setembro. Um ano depois, lancei "Um Tiro na Consciência" - poesias completas. É fácil conciliar literatura e artes visuais. O poeta transmite seus sentimentos através da escrita; o artista visual transforma cores em poesia nas telas. Aprendi serigrafia no grupo Claudino onde trabalhei por 4 anos, depois, me adaptei na agência de publicidade "Sucesso". Saí da empresa e montei a minha, onde o foco principal era a linha de brindes. Com o decorrer do tempo, construí minha sede e lancei a maior tiragem cartográfica do estado: "Um milhão de postais do Piauí", com 120 fotos dos pontos e atrativos turísticos. Depois lancei O GUIA DO PIAUÍ - com 400 páginas. Lancei ainda o "Mapa do Piauí" e "Mapa de Teresina" em grande formato com impressão frente e verso, bastante informação e tiragem de 100 exemplares. Lancei o livro "Frases Célebres e citações". Nesse tempo não havia internet aqui, então eu distribuía esse material em bancas da capital e do interior e nas livrarias. Editei mais um livro: "Curiosidades de Teresina". Agora mais recente, lancei na Casa da Cultura o livro 'Cabeça de Cuia'. Diferente de outros autores não optei por coquetel e fiz uma feijoada para recepcionar os convidados.


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