Luís Carlos de Sá Filho: Uma vida para prover Música Para Todos

O Música Para Todos capta seus recursos através das Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei do SIEC - Sistema de Incentivo Estadual à Cultura

Luís Carlos de Sá Filho, natural de Teresina, é filho de Luís Carlos Sá e de Zuleide Miranda de Sá, mas foi criado pelo Sr. Neto Rêgo, que era comerciante. Com Ele, o Sr. Luís Sá aprendeu tudo que sabe e, até hoje, relembra com saudade e orgulho de sua trajetória que sempre teve a mão de seu avô e pai de criação, Sr. Neto Rêgo.

Quando Luís Sá estava com 8 ou 10 anos de idade, seu avô começou a vender instrumentos musicais e foi daí que veio a sua influência na música, mas sempre com a visão de comerciante ensinada pelo Sr. Neto Rêgo. Aos 21 anos Luís Sá casou-se com Maria José e tiveram 2 filhos: Luís Carlos, advogado e Roberta Sá, estudante de Direito.

Mais tarde tornou-se empreendedor e justamente quando iria iniciar o Projeto Música Para Todos seu avô e pai de criação, Neto Rêgo, faleceu, mas seus ensinamentos são diariamente aplicados no trabalho que é executado pelo Sr. Luís Sá, que há 20 anos, é idealizador e coordenador geral do Música Para Todos.


Ações do projeto já foram levadas para 20 municípios do Piauí

O Música Para Todos é uma instituição que investe no potencial e na sensibilidade humana,. Desde 1999, milhares de crianças, jovens, adultos e idosos têm encontrado na música um caminho capaz de realizar transformações.

As ações do projeto já foram levadas para 20 municípios piauienses, que foram trabalhados em parcerias com as Secretarias de Educação nos municípios polos de Barras, Esperantina, Piripiri e Teresina, disseminando a educação musical no interior do nosso Estado.

Em 2019, o Música Para Todos completa 20 anos tendo conquistado a marca de 43 mil pessoas atendidas, das mais variadas classes sociais, faixas etárias e de distintas regiões do Piauí. O Música Para Todos capta seus recursos através das Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei do SIEC - Sistema de Incentivo Estadual à Cultura, além de empresas locais.

Mais que uma escola de música, o Música Para Todos é uma oficina do saber, onde se busca construir um ser humano mais responsável com o futuro e com os espaços que ocupa na sociedade. São diversos valores positivos disseminados, como compreensão, tolerância e igualdade, através do convívio benéfico e do aprendizado da música.

Embora não saiba fazer um dó em qualquer instrumento musical, como ele mesmo brinca com quem pergunta, Luís Sá dedicou a vida a um projeto de vida de outras pessoas, onde o ensino da mais apreciada das artes se transforma em uma força motriz para a transformação social.



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““Tomei conhecimento da Lei Rouanet. Fiz uma reunião sobre o assunto com o professor Ribeiro, Orlânia, Maria José e o Padre Zé de Pinho. Eu sempre trago um símbolo da arquidiocese” "
Luís Carlos de Sá Filho

O que pensa da Lei Rouanet?

A Lei Rouanet funciona. Foi fundamental para o projeto. As empresas do Piauí são poucas e não tem tanto aporte financeiro. O recurso vem do imposto de renda. Lula e Gil mudaram a cultura no Brasil. Hoje está desvirtuado, até mudou de nome.

E como nasceu o Música Para Todos?

Tomei conhecimento da Lei Rouanet. Fiz uma reunião sobre o assunto com o professor Ribeiro, Orlânia, Maria José e o Padre Zé de Pinho. Eu sempre trago um símbolo da arquidiocese aqui, desde a criação. Começou a gestar o embrião do projeto, que eu queria que servisse para todos, ricos e pobres. Orlânia sugeriu o nome e ficou. No dia 13 de fevereiro de 1998, minha filha tinha acabado de nascer, quando for 22h chegou o projeto para minha mulher assinar. Coloquei no Correio e o Ministério da Cultura aprovou no dia 15 de setembro. Orlânia é homenageada com o nome da biblioteca do projeto. Além de Agostinho Pinto, que já foi embora, e foi um dos nossos primeiros patrocinadores.


O senhor tinha experiência com instrumentos musicais?

Sim. Eu ia muito para São Paulo com meu avô, então eu conhecia os fabricantes. Veio mais uma crise da classe média e as vendas foram caindo...


O senhor viveu muitas instabilidades na economia…

O Brasil é cheio de altos e baixos. Ela sobe e desmorona, vai embora. Eu ia receber as prestações das máquinas e o pessoal dizia que naquele mês não tinha sobrado dinheiro nem para comer, e eu ficava sem. Depois disso resolvi trabalhar com instrumentos musicais. Fui vender piano, violão e órgão eletrônico, que estava começando a vender. E aí não tinha escola porque as professoras de piano não queriam ensinar piano eletrônico. Então a Carla Ramos veio trabalhar comigo e começamos uma Escola de Música, que chamava “De Música”.


É verdade que o senhor foi aeromodelista?

Sim. Eu colocava atrás da caminhonete e nas horas vagas eu colocava avião. Essa foi das coisas mais bacanas desse tempo. Além de vender, eu brincava muito com aquilo. Em São João dos Patos o padre ficou zangado comigo. Eu botei o avião sem asa, só taxiando, juntou tanta gente na praça que o padre zangou. Isso em 77 para 80.

Quando você começou a trabalhar por conta própria?

Completei 20 anos e conheci minha futura mulher. Quis casar no dia que fizesse 21 anos. Foi um ano e pouco de namoro. Então tive uma desavença com meu pai adotivo e fui morar com meu pai biológico. Comecei uma loja, em sociedade com meu pai e o meu sogro. Fui trabalhar nessa loja, vendendo máquinas para serraria. Comecei na Coelho Rodrigues, em uma esquina. Eu sabia como funcionava o negócio. Sempre gostei de tudo caprichado, como aprendi com o velho Rêgo. Eu tinha uma kombi e saía no interior vendendo, até Corrente. Atravessava o Maranhão.


Como o senhor começou a trabalhar no comércio?

Eu comecei a trabalhar quando saía do clube escolar e ia ajudar meu avô, meu pai adotivo, na loja dele, depois que fazia o dever. Ele me colocou para varrer, emitir nota fiscal. Não tinha computador naquele tempo. Era na máquina datilografar, e nunca fiz curso. Era catando as letras. Enfim, comecei na contabilidade dentro do comércio. Ele tinha uma loja que vendia ferragens, de modo geral, além de armas, instrumentos musicais e dinamite. O que usam para assaltar banco o povo usava para obra de esgoto aqui. Eu, com 13 e 14 anos, vendia muita bala.


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