Sima: Goleador e ídolo do futebol piauiense

Atleta de grande habilidade e inquestionável faro de gol, Sima passou toda a sua carreira preocupado em balançar as redes adversárias. Foram 526 gols, alguns considerados inesquecíveis pelo artilheiro

O ex-jogador de futebol Simão Teles Barcelar, o Sima, foi um dos maiores artilheiros da história do futebol. Chamado por muitos como o Pelé do Piauí, ou o Pelé do Nordeste, hoje aos 72 anos recém completado, Sima está aposentado, mas não dispensa uma partida de futebol como forma de lazer. Entre 1969 e 1983, o centroavante Sima conseguiu a proeza de ser dez vezes o artilheiro do campeonato estadual.

No futebol do Piauí, durante muitos anos, havia uma certeza: o time que tivesse alguma pretensão de campeão estadual precisava contar com Sima e mais dez, fazendo gols atrás de gols desde o final da década de 60, o atacante só se tornou conhecido nacionalmente em 1977, quando se tornou o maior goleador dos campeonatos estaduais em todo o país pelo River Atlético Clube marcando 33 gols na temporada.

No mesmo ano na estreia do River no campeonato brasileiro da 1º divisão deixou sua marca quatro vezes contra o América-RN. Graças a essa grande exibição, durante três semanas permaneceu na liderança da artilharia, à frente de Zico, Roberto Dinamite e Serginho Chulapa. Um feito histórico para o futebol piauiense.


Sima nunca sofreu uma punição na carreira

Quase sempre jogando por equipes piauiense principalmente, o River, Sima teve passagem por um grande clube, em 1972, quando disputou o Baiano e o brasileiro pelo Bahia. Seu momento de maior destaque foi a decisão do primeiro turno do estadual, contra o Vitória, quando marcou o gol que garantiu a presença do Bahia nas finais do campeonato. Se faltaram mais oportunidades nos grandes clubes, sobrou a Sima o reconhecimento nos estados do Norte-Nordeste e da torcida tricolor, seu time de coração, onde é até hoje o grande ídolo da torcida. Em dez oportunidades (1968, 69, 70, 71, 74, 77, 78,79 e 1983), foi o goleador máximo no Piauí. Até hoje ninguém fez mais gols que ele no norte-nordeste e no centro oeste.

Ele nunca sofreu uma punição na carreira, o que lhe valeu o prêmio Belfort Duarte, outorgado pela CBF. Atleta de grande habilidade e inquestionável faro de gol, Sima passou toda a sua carreira preocupado em balançar as redes adversárias. Nem os pontapés dos zagueiros o afastaram desse propósito. Em toda a carreira foram 526 gols, alguns considerados inesquecíveis pelo artilheiro.

Em entrevista ao Jornal Meio Norte, o ex-jogador revela como ganhou o título de "Pelé do Nordeste", além de como avalia o futebol piauiense atualmente. Aos 72 anos recém-completados, Sima está bem de saúde e faz questão de se manter ativo, praticando caminhada, corrida e participando periodicamente de partidas de futebol amadoras.



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“"Estou aposentado, vivo na minha residência. Eu até recebi convites para ser treinador, mas acho que não dava para mim""
Sima

JMN: Ainda costuma jogar bola como forma de lazer?

Sima: Curtimos sim, eu não sei nem quando vou deixar de bater uma bolinha com os amigos, além disso recebo convites diariamente para participar de uma pelada ou outra. Esses dias, infelizmente, estamos parados devido a pandemia do coronavírus, mas em outros tempos toda sexta-feira estou reunido com os amigos jogando uma bolinha.

JMN: Que funções tem desempenhado?

Sima: Estou aposentado, vivo na minha residência. Eu até recebi convites para ser treinador, mas acho que não dava para mim. Graças a Deus estou bem, com saúde e gosto de me exercitar e me manter ativo.


JMN: Como avalia o futebol piauiense atualmente?

Sima: Hoje sou torcedor e dificilmente vou ao estádio, acompanho mais pela televisão. Não é menosprezando, mas hoje o nosso futebol está muito diferente. Já não é a mesma coisa.


JMN: O que pensa sobre ser inspiração para muitos jogadores até hoje?

Sima: Isso me deixa muito feliz, ouço muitos relatos de pessoas que se inspiram em mim. Eles falam que sou o maior jogador do Piauí e se orgulham da minha trajetória e eu fico muito honrado. Escolhi a profissão de jogador de futebol e fui para valer. Deus ajudou e nós chegamos a esse patamar.


JMN: Qual o momento mais marcante da sua carreira?

Sima: Foram muitos momentos, porque em cada campeonato que a gente conquistava era uma alegria muito, mas em 77 fui artilheiro do Brasil, eu que fiz o maior número de gols do ano e isso foi muito marcante na minha história. Naquele ano, fui o maior goleador dos campeonatos estaduais em todo o país pelo River Atlético Clube, marcando 33 gols na temporada.


JMN: Como foi para você receber o título de Pelé do Piauí/Nordeste?

Sima: Eu fiquei feliz, isso partiu do pessoal do Sul do país, eu consegui fazer minha carreira e até hoje muitos consideram isso porque tenho 11 títulos de campeonatos, entre eles 10 como melhor artilheiro e até hoje sou o maior da nossa região com essa quantidade de título, mas esse apelido partiu dos torcedores.


Jornal Meio Norte: Quando descobriu o talento para o futebol?

Sima: Foi ainda na infância e com 13 anos já comecei na escolinha do Piauí e me profissionalizei no Piauí Esporte Clube, depois fui para Bahia, rodei em outros clubes do Brasil, voltei para o Tiradentes, em Teresina, joguei no River. Enfim, foi uma longa e bonita carreira.


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