Vânia Rozzett desafia medicina na superação do câncer

Milagre vivo, pastora Vânia Rozzett criou e coordena a Associação Muito Além de Um Câncer (AMAC), que tem uma equipe multidisciplinar e já atendeu mais de 500 mulheres

A pastora Vânia Rozzett é um milagre vivo. Com lesões cancerígenas espalhadas em todo o corpo, ela não só está de pé como tem forças para ajudar outras mulheres em situação semelhante a ela com um ensinamento que vai além do câncer: é preciso “enfrentar” e não “sofrer” a doença.

Com um semblante sempre sereno e com um tom aconselhador, Vânia Rozzett Oliveira nasceu no dia 21 de novembro de 1964, no município de Tupiaguara, em Minas Gerais, ali pertinho de Uberlândia. Formada em aconselhamento cristão, uma das correntes da Psicologia, pela Florida Christian University, ela veio para Teresina fazer seu tratamento e ajudar outras mulheres.

Isso partiu de um encontro pessoal com Deus, enquanto ela cozinhava. A frase “muito além de um câncer” martelou na cabeça de Vânia, que tomou para si a necessidade de abrir uma casa de acolhimento para mulheres em situação de vulnerabilidade social.


Exemplo de superação e altruísmo

Assim surgiu a Associação Muito Além de um Câncer, localizada no bairro Ininga, zona Leste de Teresina. Por lá ela já ajudou centenas de mulheres com milhares de hospedagens ao longo dos quase 3 anos da instituição, aberta em março de 2018.  

Para o NOSSA GENTE, Vânia Rozzett é um exemplo de superação e altruísmo, onde ela afirma de consciência tranquila que não se sente doente, contrariando exames médicos e laudos de imagem. Atualmente ela está em quimioterapia após descobrir novas lesões no crânio.



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“"Amenizar a dor de outra pessoa não tem preço. Quando aprendemos a ver as situações como missões, vemos tudo por outro ângulo. Nossa dor não é tão grande""
Vânia Rozzett

JMN: E a visibilidade do Prêmio Piauí de Inclusão Social?

VR: Foi algo transformador e que foi muito importante. Conferiu credibilidade para nosso trabalho. Então ganhar os dois prêmios foi como se fosse um trampolim. Para nós foi uma surpresa porque concorremos com instituições que já trabalhavam há muito tempo. Então permanecemos querendo fazer mais ainda.


JMN: Você se sente realizada com seu trabalho?

VR: Amenizar a dor de outra pessoa não tem preço. Quando aprendemos a ver as situações como missões, vemos tudo por outro ângulo. Nossa dor não é tão grande. Focar na própria história amplia demais, e você acaba desesperado. Você se torna egoísta se olhar somente para isso. Observe a dor e a vulnerabilidade do outro que você se torna alguém melhor.


JMN: Quais seus maiores sonhos?

VR: Ter uma estrutura de clínica com uma máquina de quimioterapia para oferecer atendimento gratuito, fora do S.U.S. e qualquer empresa. É meu grande sonho.


JMN: E a ideia de fazer a casa?

VR: Comecei meu tratamento no S.U.S. e ouvi de mulheres vários horrores. Maridos que tinham nojo dessas mulheres em tratamento oncológico por conta dos vômitos, chamavam de ‘homem’ por conta do cabelo que cai com a quimioterapia. Depois de ouvir isso tudo senti uma coisa muito forte. Eu estava na cozinha, veio aquela frase: muito além de um câncer. Eu me emociono quando lembro. Então tomei essa missão de vida. Hoje temos uma equipe multidisciplinar. Já passaram mais de 500 mulheres e já oferecemos mais de 5 mil diárias, com café, almoço e jantar. Tudo gratuito. Aqui elas têm todo o suporte espiritual, psicológico, fisioterapêutico, nutricional, jurídico, odontológico. A gente sempre consegue esse apoio.


JMN: O que lhe mantém de pé?

VR: Deus. É realmente algo que desafia a medicina, pois não há cura para meu caso. São paliativos para que o câncer fique paralisado e não vá invadir outras partes do corpo. Mas ando como alguém curada, porque não sofro, eu enfrento a doença. Não sinto que estou doente. Isso é fantástico e é minha força para caminhar.


JMN: Sua história desafia a ciência e exames médicos. Conte um pouco sobre seu diagnóstico.

VR: Meu diagnóstico foi em setembro de 2014, seguido de metástase óssea. Enfrento câncer na bacia, coluna cervical, toráxica, lombar, osso-saco, quadril, cabeça do úmero, osso esterno, escápula, fígado e agora, recente, tive diagnóstico de lesões no caixa craniana. Estamos lutando, estou em quimioterapia, fazendo o tratamento e sendo acompanhada.


Jornal Meio Norte: A senhora estudou aconselhamento cristão. Isso contribui com a forma que você acolhe essas mulheres?

Vânia Rozzett: Muito! Esse curso trouxe conhecimento e ferramentas para aplicar no atendimento às mulheres. Usei esses ensinamentos para escrever meus livros, então acrescentou muito para mim.


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