Amanda Campos projeta temporada no recém-criado Sesc/Flamengo

Ponteira revela saudade dos jogos e confia no apoio da torcida

Amanda Campos | Gaspar Nóbrega/Inovafoto/CBV
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Na temporada 2020/2021, a ponteira Amanda Campos parte para mais um desafio. A atleta de 32 anos será a capitã da mais nova equipe do vôlei brasileiro, o Sesc/Flamengo, time que nasceu da junção do Sesc/RJ (principal vencedor da modalidade com 12 títulos nacionais) e do Flamengo (dono da maior torcida do país). “Toda a equipe sabe das responsabilidades. A estrutura Rio, com vários patrocinadores, sempre teve muita tradição. O Sesc nos dá um suporte muito bom há anos. O Flamengo chega agora para somar ainda mais. Vou fazer o máximo pelo clube e pelos fãs do vôlei”, disse a ponteira em entrevista à Agência Brasil.

O desafio de liderar a equipe que terá a maior parte dos holofotes no vôlei brasileiro, chega no momento em que a atleta se consolida como uma das principais jogadoras do país. Depois de 10 temporadas no Sesc RJ, entrando praticamente só para sacar, ela decidiu sair e buscar oportunidades. Passou por Brasília, Praia Clube e Barueri. Na temporada passada, retornou ao clube e já assumiu o posto de capitã: “Precisava ter um pouco mais de jogo e cancha. Foi o salto da menina para a mulher. Voltei com mais maturidade e mais preparada para receber e assimilar as informações”.

Isso está sendo fundamental para que o trabalho com o técnico Bernardinho, comandante do Sesc/Flamengo para a próxima temporada, siga dando bons frutos. “Ele é um cara extremamente respeitado por todos, e que cobra muito no dia a dia. É detalhista ao extremo. Está no clube há anos. Claro que não temos como prometer resultados. Mas, com o Bernardo puxando nossa orelha, o torcedor pode ter certeza de que dedicação e raça não vão faltar”, declarou.

Além de Amanda, o elenco rubro-negro terá outras 13 atletas. Sete que permaneceram no clube (as centrais Drussyla, Juciely e Milka, a levantadora Fabíola, a ponteira Ariele, e as líberos Natinha e Gabi) e seis contratadas (as opostas Lorenne e Sabrina, a levantadora Juma, a ponteira Ana Cristina e as centrais Valquíria e Lívia). “É uma equipe jovem. Temos uma junção legal de jovens, como a Lívia e a Ana Cristina, que chegou no Rio com a mesma idade que eu, 16 anos, e atletas que estão há mais tempo no time, como a Juciely e a Fabíola. Temos a Lorene, que veio para ocupar o espaço deixado pela Tandara. O importante é que a base não foi muito alterada. Seremos uma família ainda mais sólida. Quem chega sabe do nosso perfil, que é de muito trabalho”, afirmou.

O time foi apresentado no final de julho e os trabalhos técnicos começaram nas primeiras semanas de agosto. Mesmo sem a confirmação oficial do retorno das competições e da liberação de público nos ginásios, a jogadora não esconde a ansiedade de reencontrar a torcida. “O Sesc/RJ sempre teve uma torcida extremamente apaixonada. Temos histórias muito legais de torcedoras que hoje são avós e nos acompanham desde quando não tinham netos ainda, crianças que agora são mães e pais. Enfim, muita gente. É um belo legado. E agora, junto com essa nação rubro-negra, a maior do Brasil, tem tudo para ser uma festa maior ainda”, projeta.

Técnicos

Além do longo período trabalhando com o Bernardinho no Rio de Janeiro, a atleta teve a oportunidade de ser comandada por outros três dos maiores técnicos do país. O primeiro foi o ex-oposto campeão olímpico Anderson Rodrigues, no Brasília: “Fiquei dois anos lá. E ele foi um cara incrível para mim. Ensinou-me a ser uma atacante melhor. O time tinha menos investimento e as coisas se dividiam mais. Por isso precisava estar mais presente no ataque. Sou muito grata a ele”. Depois, seguiu para o Praia Clube e conquistou a Superliga de 2017/2018 com o técnico Paulo Coco: “O projeto deles é muito sólido. Foi demais jogar com o Paulo. É um cara que tem prazer em ensinar. Aprendi muito”. Amanda jogou também no Barueri e na seleção brasileira com o técnico Zé Roberto Guimarães, tricampeão olímpico: "É claro que ele conhece muito de vôlei. E gosta de transmitir esse conhecimento. Acho que, se a atleta tem essa disposição de aprender e guardar essas informações sem vaidade, pode crescer muito. Sempre falo que desejo trabalhar com os melhores. Sou privilegiada”, disse a atleta.

Seleção brasileira

Em um ciclo de renovação e altos e baixos para a seleção brasileira, a ponteira é presença constante nas convocações do técnico Zé Roberto Guimarães desde 2017: “O Brasil teve uma baita geração. Jogadoras incríveis que ganharam praticamente tudo. Só que, aos poucos, algumas delas foram saindo da seleção por diversos motivos. E o time foi passando por uma renovação. Fazer parte deste processo está sendo incrível. Veio bem no momento que eu estava buscando melhorar como atleta. E, na seleção, a exigência física e técnica é bem maior. E estou gostando muito. Sou apaixonada pelo vôlei e pela camiseta verde e amarela”.

E agora, com a aproximação dos Jogos Olímpicos, Amanda se coloca à disposição para compor o elenco que vai tentar o tricampeonato no Japão em 2021, mesmo sabendo da intensa concorrência na posição. A tendência é que sejam chamadas quatro ponteiras, sendo que duas delas já estão praticamente definidas: Natália e Gabi. “Estou na luta, né? Na briga. Realmente, a Natália e a Gabi são essenciais. São a cara da seleção e da nossa posição. Duas jogadoras incríveis. Mas sei que tenho chances e vou me dedicar para chegar lá. O ciclo olímpico é longo. Enquanto você está treinando aqui, tem atletas trabalhando no outro lado do mundo. Então, não pode faltar dedicação. O Zé Roberto sempre cobra isso de nós. E quero muito estar no grupo”, encerra. (Por Juliano Justo - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo)



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