Atleta olímpica trabalha como ambulante no Carnaval para pagar viagem

Atleta olímpica dos saltos ornamentais, Ingrid Oliveira diz que pretende vender milho e mate na praia antes dos Jogos Olímpicos para ter dinheiro para visitar irmã que não vê há 3 anos nos EUA

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Ingrid Oliveira está acostumada a ver sua vida virar de cabeça para baixo. Mas segue sem medo de se arriscar. Atleta olímpica dos saltos ornamentais, a carioca de 23 anos que representou o Brasil nos Jogos do Rio está aproveitando o Carnaval na capital olímpica de 2016 para realizar outro trabalho em 2020: ela o o namorado, o fotógrafo Gabriel Molon, estão como vendedores ambulantes em blocos de rua. Com informações do Globo Esporte.

- Se está me ajudando para uma coisa que eu quero, que é viajar para ver minha irmã, e está entrando dinheiro, não tem porque reclamar. Eu até tinha falado para o Gabriel para a gente vender mate e milho de final de semana na praia. Não acho ruim, acho uma profissão como qualquer outra. Acho normal e não vejo como uma coisa ruim, não - explica Ingrid.

Foto: André Pessoa

A atleta foi flagrada pelo jornal O Estado de S.Paulo no bloco carnavalesco do Barbas, que saiu no sábado, na zona sul do Rio. No domingo, ela e o namorado voltaram ao trabalho em um outro bloquinho "lotado de ambulantes" em Botafogo e as vendas foram "bem ruinzinhas". Na segunda e na terça-feira de Carnaval eles pretendem continuar na função. Tudo para começar a juntar os 4 mil dólares que ela precisa para viajar aos Estados Unidos visitar a irmã que mora próximo a Nova York e ela não vê há mais de três anos. O seja, na cotação atual, Ingrid precisa juntar cerca de R$ 17,5 mil. Hoje, ela está vendendo latão de cerveja a R$ 7 e água a R$ 4. As contas precisam fechar até 24 de julho, quando começam os Jogos Olímpicos de Tóquio, nos quais ela pretende competir.

- Depois da Olimpíada eu pretendo visitar minha irmã nos Estados Unidos. Eu estou sem muitos patrocínios, sem dinheiro, então, resolvi fazer alguma coisa para ganhar dinheiro e o Carnaval estava aí. Falei para o meu namorado para a gente vender cerveja no Carnaval. E quando acabar a gente podia vender milho ou mate na praia. Preciso juntar dinheiro, o dólar está muito caro e já faz uns três anos que eu não visito a minha irmã. Estou querendo ir, muito mesmo, até para visitar o meu sobrinho também - conta.

Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Ela, que ficou famosa em 2015 por uma foto postada no Pan de Toronto e que namora um fotógrafo, nem sequer registrou os dias de trabalho no Carnaval porque está poupando o celular por medo de furto nos blocos. Outra economia acontece na hora de comprar as três marcas de cerveja, que compraram num atacadão. Ao menos eles não bebem. E salvam mais um dinheirinho assim. Afinal, ela está precisando.

- A gente está em um ano olímpico, mas está difícil conseguir patrocínio. Eu tenho patrocínio de roupa e maiô da Speedo. Não posso reclamar. É uma graninha. Mas perdi minha Bolsa Pódio (que varia de R$5 mil a R$ 15 mil) ano passado. Fiquei ano passado todo sem receber do Governo. Recebo salário só do Fluminense, meu clube - diz Ingrid, que agora recebe a Bolsa Atleta olímpica, de R$ 3.100.

 Foto: Acervo pessoal

Ingrid conseguiu, na semana passada, o índice para disputar a Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, evento que serve como Pré-Olímpico para os Jogos de Tóquio. No momento ela segue fazendo um tratamento intensivo no punho com foco nos treinos para o evento que acontece em abril na capital japonesa e dá vaga olímpica para as 18 melhores.

- Se tudo der certo me classifico para a Olimpíada, e vai dar certo - conclui.

Enfim, não é por falta de esforço ou vontade que ela vai deixar de viajar para visitar a irmã nos EUA os os Jogos Olímpicos em Tóquio.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES