SEÇÕES

Cruzeiro contratou pai de santo para evitar queda, mas não pagou 4 mi

Pelos serviços, foram cobrados R$ 10 mil, mas o clube pagou apenas R$ 6 mil ao homem de 58 anos em três parcelas

| Foto: Vinnicius Silva
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Cruzeiro contratou Reginaldo Muller Pádua, um babalorixá (conhecido popularmente como pai de santo), com endereços em Guarapari (ES) e Itabira (MG), para ajudar na luta contra o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2019. Pelos serviços, foram cobrados R$ 10 mil, mas o clube pagou apenas R$ 6 mil ao homem de 58 anos em três parcelas, entre 16 de outubro e 28 de novembro. O restante da quantia (R$ 4 mil) ainda não foi pago ao responsável pelo trabalho.Informações do UOL.

O documentos que comprovam o pagamento do montante a Pádua. A primeira transferência, no valor de R$ 2,5 mil, ocorreu às 15h36 (de Brasília) do dia 16 de outubro de 2019, por meio de contas da Caixa Econômica Federal. O processo foi repetido às 14h26 de 13 de novembro, mas a transferência bancária foi de R$ 3 mil. O clube ainda pagou outros R$ 500 em 28 de novembro, em operação realizada às 11h56.

Cruzeiro; Bandeira — Foto: Vinnicius Silva 

Os pagamentos ao pai de santo foram autorizados por Benecy Queiroz, chefe do departamento técnico do clube. O documento obtido pelo UOL Esporte é datado em 16 de outubro de 2019, assinado pelo dirigente e endereçado à Juliana Moreira, integrante do departamento financeiro. "Conforme nossos entendimentos e considerando os serviços prestados pelo Sr. REGINALDO MULLER PÁDUA ao Cruzeiro Esporte Clube em Brasília, solicitamos a fineza, de que seja pago ao mesmo, a importância de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais)."

O dirigente confirma o fato ao UOL Esporte: "É um serviço religioso realmente que foi prestado na época do Zezé Perrella, entendeu? Foi o Zezé quem solicitou". Benecy, no entanto, não sabe dizer se houve o pagamento integral da dívida com o babalorixá. "Foi mandado para pagar. Isso [se foi pago], eu não sei. Foi para o financeiro. Tem que ver com a Juliana [Moreira], do financeiro, se pagou. Eu realmente não sei se pagou ou não".

Também procurado pela reportagem, Reginaldo Muller Pádua falou sobre o tema: "Ficou entre eu e ele [Zezé Perrella], como isso chegou até você, não sei. Realmente, eles não mandaram para mim os R$ 4 mil, mandaram só R$ 6 mil. Quem vai poder falar direitinho é o [Zezé] Perrella".

Cruzeiro foi rebaixado após perder por 2 a 0 para o Palmeiras, em dezembro do ano passado, no Mineirão.Imagem: Pedro Vilela/Getty Images 

Zezé Perrella, por sua vez, nega que tenha envolvimento com o assunto. Procurado, o ex-presidente do clube diz por meio de mensagem telefônica: "Desconheço". Ele ainda pede para que seja procurado o então mandatário cruzeirense, Wagner Pires de Sá. Abordado pela reportagem, Pires de Sá alega que o clube nem sequer pagou o valor durante a sua gestão: "Não sei se alguém foi lá e contratou. O Cruzeiro não, o clube não. Tem gente que aprova, o Perrella, inclusive, gosta muito. O Cruzeiro não contratou. Não tem nada contratado. É o que chamam de fake news", comentou.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos