Ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda morre aos 74 anos

Polêmico, controverso, colecionador de frases de efeito, desafetos e admiradores, deixa a esposa Sylvia, os filhos Eurico Brandão, Álvaro Miranda, Mário Ângelo Miranda e Sylvia Miranda, e oito netos.

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Morreu nesta terça-feira, por volta das 11h, no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, um dos mais importantes dirigentes da história do futebol brasileiro. Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco, faleceu vítima de complicações devido a um câncer no cérebro, aos 74 anos. Polêmico, controverso, colecionador de frases de efeito, desafetos e admiradores, deixa a esposa Sylvia, os filhos Eurico Brandão, Álvaro Miranda, Mário Ângelo Miranda e Sylvia Miranda, e oito netos.

Ainda não há informações quanto ao enterro do atual presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco. Há dez anos que ele lutava contra tumores em outras partes do corpo, o que ocasionou alguns períodos de afastamento dele durante seu último mandato como presidente administrativo do Cruz-Maltino, entre 2015 e 2017. Por ocasião de uma homenagem aos 120 anos do clube, esteve na Assembleia Legislativa do Estado do Rio. A aparição pública revelou a saúde debilitada. Mesmo com dificuldades de locomoção, seguiu frequentando São Januário e participando mais ativamente da vida política do clube até novembro.

Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Eurico Miranda foi presidente do Vasco em dois períodos, de 2001 a 2008 e de 2014 a 2017. Na posição mais importante do clube, foi tricampeão carioca, em 2003, 2015 e 2016. Seu auge como dirigente ocorreu quando ocupou a vice-presidência de futebol da gestão de Antônio Soares Calçada, entre 1986 e 2000. No período, o Vasco conquistou seis campeonatos estaduais, um Torneio Rio-São Paulo, três campeonatos brasileiros, uma Copa Mercosul e o título mais importante da história do clube - a Libertadores de 1998, ano do centenário vascaíno.

Na carona dos resultados obtidos como dirigente, Eurico Miranda se elegeu deputado federal pelo Rio duas vezes consecutivas - nas eleições de 1994 e 1998.

Por sua atuação como vice-presidente e presidente do Vasco, foi um dos alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada em Brasília para apurar irregularidades no futebol brasileiro, em 2001. Ao final do processo, a cassação de seu mandato como deputado federal não foi aprovada e ele pode cumprí-lo até o fim. Entretanto, com a imagem desgastada e os resultados ruins do time em campo, nunca mais conseguiu se reeleger nos anos seguintes.

Eurico Miranda teve participação importante em alguns dos principais episódios do futebol brasileiro nas últimas três décadas, como a criação do Clube dos 13, discussões a respeito do fim da lei do passe e as viradas de mesa que se repetiram no futebol brasileiro no fim dos anos 90.

No Vasco, deixou como legado algumas das contratações mais emblemáticas do clube, como o retorno de Roberto Dinamite para o Vasco em 1980, quando o atacante ameaçava se transferir para o Flamengo, e a contratação de Bebeto, atacante que defendia o arquirrival rubro-negro e que em 1989 foi um dos responsáveis pela conquista do título brasileiro.

Por outro lado, seus opositores em São Januário acusam Eurico Miranda como o principal responsável pelo acelerado endividamento do clube a partir do fim dos anos 1990. As dificuldades financeiras que o Vasco atravessa desde então possuem como consequência a escassez de conquistas de expressão e três rebaixamentos para a Série B, dois deles com a participação direta de Eurico, em 2008 e 2015.

Durante suas gestões, o Vasco teve relação beligerante com a imprensa, o que culminou em diversos momentos na proibição de determinados veículos e jornalistas de participarem da cobertura diária do clube. Esses problemas ajudaram a minar sua popularidade e a desgastar a imagem do Cruz-Maltino.

Na eleição do Vasco de 2017, ele tentou a reeleição para presidente, mas sua chapa foi derrotada pela união da oposição. Ainda assim, depois que a Justiça apurou que houve irregularidades na entrada de sócios durante sua gestão. Eurico Miranda ainda participou da articulação que culminou com a eleição de Alexandre Campello e a derrota de Julio Brant, até então considerado o favorito para assumir o clube. Eleito presidente do Conselho de Beneméritos, concentrou seus esforços em 2018 na aprovação das contas de seu último ano de gestão como presidente administrativo.

 

  


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