Mabelly: segunda jogadora trans a fazer parte da elite do vôlei feminino

A atleta trans é contratada do Curitiba e aguarda liberação da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para estrear na elite do vôlei feminino.

A jogadora que passa a fazer parte do vôlei feminino está feliz com conquista | reprodução internet
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A jogadora Mabelly Gonçalo de Souza tem 30 anos e faz história no esporte brasileiro. Ela deve atuar na Superliga Feminina. A atleta trans é contratada do Curitiba e aguarda liberação da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para estrear na elite do vôlei feminino.

Esse sempre foi seu sonho. Mabelly atua entre as mulheres há apenas um ano. “Nunca joguei competição como mulher que sou. Esta será a minha primeira e estou muito ansiosa e nervosa”, diz.

Mabelly sofreu muito preconceito, hoje está na elite do vôlei  feminino - reprodução

Inspiração

Segundo ela,  Tifanny a motivou a não desistir, mostrou que é possível atuar com as mulheres. Segundo Mabelly, que treina com o Curitiba há duas semanas, sua estreia na Superliga poderia ter sido "antes até de Tifanny" mas por causa da "desinformação" não avançou neste processo.

Diz que conhece Tifanny desde os tempos em que eram meninos e que chegaram a atuar juntos em uma competição "há mais de cinco anos". Elas se seguem nas redes sociais.

Documentação

Para ser liberada pela Comissão Nacional Médica (Conamev) da CBV, Mabelly precisa apresentar documentação jurídica (identidade ou passaporte com nome e foto de mulher) e médica (exame dos últimos 12 meses com nível de testosterona abaixo de 10nmol/L ou 288 ng/dL). Esta autorização da Conamev tem como base recomendações do Comitê Olímpico Internacional (COI).

De acordo com Gisele Miró, coordenadora do time de Curitiba, ela tem toda a documentação necessária e os papeis foram encaminhados a CBV, incluindo o CPF, emitido nesta terça-feira.

Mudança de sexo

Ainda menino, Mabelly, que se chamava Everson, jogava vôlei na escola com 15 anos. Chegou a atuar no time de São José dos Pinhais e nesta equipe ganhou destaque "inclusive entre atletas de categorias mais avançadas".

Com 20 anos, após a morte da mãe, Nilza, que teve um infarto, ele iniciou o processo de transição de sexo e controle hormonal para ser mulher. Fez terapia, cirurgia plástica para afinar o nariz e colocou silicone. "

"Eu sofria muito preconceito no vôlei masculino. Muito mesmo. Naquela época, não era bem visto um gay jogando.(..) Mas agora, o Curitiba me procurou. Nem acreditei. Estou muito ansiosa para a estreia. Ansiosa e com medo”.

Mabelly conta que pela pimeira vez terá o acompanhamento de uma endocrinologista e de uma psicóloga. Com isso, poderá pensar na cirurgia de mudança de sexo, que ela ainda não fez.



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