Vôlei: Seleção quase entrega, mas bate chinesas e respiram

Após sofrer apagão no quarto set, quando vencia por 24/21, Brasil ganha no tie-break e mantém chances de classificação para as quartas de final

Jaqueline teve boa atuação contra as chinesas nesta sexta-feira em Londres | Reuters
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Três jogos, duas derrotas e muitas dúvidas. Era essa a estrada esburacada que o vôlei feminino vinha percorrendo em Londres. A busca por uma vitória nesta sexta-feira não tinha a ver apenas com asfaltar o caminho e recuperar a confiança. A essa altura do campeonato, era preciso ser prático, e só o triunfo espantaria o risco de ver as campeãs olímpicas eliminadas na primeira fase. Do outro lado da rede estava uma China que virou presa fácil no primeiro set, mas se agigantou e foi buscar um jogo que parecia perdido. Um apagão no quarto set quase colocou tudo a perder, mas as meninas de José Roberto Guimarães respiraram aliviadas no tie-break: 3 a 2 (25/16, 20/25, 25/18 e 28/30 e 15/10).

Com a vitória por 3 sets a 2, o Brasil soma dois pontos, chega a quatro e empata com a Turquia. Para avançar às quartas, tem que vencer o último jogo da primeira fase, que será contra a Sérvia, lanterna da chave, e torcer por um tropeço das turcas. Nas Olimpíadas, a chave conta com seis equipes, e as quatro primeiras se classificam.

O Brasil encerra a etapa de classificação no próximo domingo, às 18h (horário de Brasília), contra a Sérvia. A China, terceira colocada, enfrenta a Coreia do Sul, vice-líder da chave, e as americanas, líderes do Grupo B, pegam a Turquia.

- É uma situação horrível. Em termos de Olimpíadas, é inédito para a gente. Isso é o que me entristece. Temos a chance de estar dentro, o importante é a Turquia não fazer três pontos. Mas houve uma recuperação. Era uma situação difícil, e eu não tinha dúvidas sobre o comportamento delas, nós precisávamos jogar da forma como jogamos hoje - afirmou Zé Roberto Guimarães.

Ouro nos Jogos de 2004 em Atenas e bronze em Pequim, a China não conseguiu arrancar resultados tão bons no último ciclo olímpico. Com sua principal atacante, Yimei Wang, vindo de uma cirurgia no tornozelo, a equipe do técnico Yu Juemin tem agora campanha idêntica à do Brasil, com dois triunfos e dois tropeços.

Zé Roberto mexe no time

A confiança era claramente outra. Com Dani Lins levantando e Jaqueline de volta ao time titular no lugar de Fernanda Garay, o Brasil mostrou no início que estava disposto a se recuperar. Abriu 5/2 e, com o ataque bem dividido, chegou à primeira parada técnica vencendo por 8/4. Jaque e Thaisa capricharam nos ataques, a diferença pulou para seis pontos. A atacante Yimei Wang chegou a furar uma cortada de maneira constrangedora e trombou com o juiz na lateral da quadra. Àquela altura, o primeiro set já estava sob controle para a equipe de amarelo, que foi para a segunda parada vencendo por 16/8. Paula, Jaqueline e Sheilla continuaram pontuando sem dificuldade até a primeira parcial chegar ao fim: 25/16.

O segundo set começou com as chinesas dando uma resposta e abrindo 3/1. O cochilo durou pouco, e logo o placar virou para 5/3. O equilíbrio foi maior do que no set inicial, mas ainda assim o Brasil deu um jeito de segurar a vantagem na parada técnica: 8/7. Na volta, o jogo mudou de figura. A China abriu 16/12, sob o comando de Ruoqi Hui, e ganhou moral. Na bola de Jaqueline que cortou para 19/17, os gritos da capitã Fabiana puxaram a vibração do time, que foi atrás do empate com Jaque no bloqueio. A torcida acordou na Arena, mas a China não se importou. Abriu 23/20 e forçou Zé Roberto a parar o jogo. Não adiantou. Em um lance de indecisão na defesa brasileira, as orientais fecharam em 25/20 e igualaram a partida.

O tropeço ligou o alerta para a seleção. Com o novo regulamento, em que a vitória por 3 a 0 ou 3 a 1 vale três pontos, e o 3 a 2 vale apenas dois, a equipe de Zé Roberto não queria saber de entregar mais um set. E começou concentrada, com Sheilla voando. Na primeira parada, a atacante já tinha 14 pontos, e o Brasil ganhava por 8/5. Na volta, contudo, três pontos seguidos das chinesas deixaram tudo igual.

Quando o placar chegou a 14/12 para as asiáticas, Zé Roberto lançou Garay no lugar de Paula. Mas era Sheilla que continuava virando todas. A ajudinha veio com um ponto de graça quando as chinesas erraram o rodízio na quadra. O Brasil aproveitou o embalo e abriu quatro de vantagem com um bloqueio e uma cortada certeira de Jaque, que vibrou apontando para a torcida. Thaisa também entrou no jogo, e aí não deu para a China: 25/18.

O panorama do set anterior se repetiu. O Brasil foi para a primeira parada vencendo por 8/6, a China empatou, mas a equipe verde-amarela conseguiu se manter à frente no placar. As orientais, contudo, não se entregavam, sob o comando de Chuniei Zeng. O time de Zé Roberto abriu 24/21, mas permitiu a reação. Bolas de segurança na mão de Sheilla, que virava quase todas. Mas Fabiana cometeu erro básico de dois toques no levantamento, e uma falha de Garay na defesa criou um cenário que parecia impossível. Apos cinco set points, China 30/28, tie-break a caminho.

O equilíbrio deu as caras no set decisivo, e o Brasil voltou a ter vantagem de dois pontos na troca de lado, com 8/6. A diferença pulou para 11/7, e aí só era preciso evitar outro apagão. O saque torto de Fabiana deixou a torcida apreensiva de novo, mas Natália explorou o bloqueio em seguida para fazer 12/8. Desta vez, sem colapso: 15/10. Ainda com a corda apertando de leve no pescoço, sem mostrar um vôlei consistente, mas com o direito de sonhar com o bicampeonato olímpico.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES