Menor que confessou crime será punido pela Gaviões da Fiel

H. A. M., de 17 anos, assumiu culpa por disparo de sinalizador que matou o boliviano Kevin Espada. Advogado afirma que torcida não sabia do artefato

Menor usou boné para esconder o rosto | Agência Estado
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Apesar de afirmar ser o autor do disparo de sinalizador que matou o boliviano Kevin Espada, na noite da última quarta-feira, no empate entre San José e Corinthians, em Oruro, pela Libertadores, o adolescente H. A. M, de 17 anos, ainda não foi indiciado pela justiça da Bolívia ou do Brasil. A única punição garantida até o momento é da torcida organizada à qual pertence.

Segundo o advogado da Gaviões da Fiel, Ricardo Cabral, o menor será punido de acordo com as normas internas da principal organizada do Corinthians.

- O menor vai receber uma punição da Gaviões da Fiel, porque ele levou os artefatos sem o consentimento da direção da torcida - afirmou Cabral, que acompanhou o menor no depoimento dado na última segunda-feira, na Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos, em que confessou ser o autor do disparo que matou Kevin.

Muito embora o menor estivesse o tempo todo na caravana da Gaviões da Fiel para a Bolívia, Cabral tem certeza que os outros integrantes não sabiam da existência dos sinalizadores - foram seis unidades encontradas pela polícia boliviana.

- A Gaviões da Fiel não sabia dos sinalizadores na caravana. Há uma proibição disso no Brasil, e a própria torcida já foi punida por isso, então não somos coniventes - disse.

Apesar de o menor ter assumido a autoria do disparo que matou Kevin, o advogado Ricardo Cabral não vê como provar que foi o adolescente quem comprou o artefato.

- Não tem como provar que foi ele quem comprou, porque foi em um camelô. Ele pagou R$ 20 em cada sinalizador - finalizou o advogado da torcida.

Confissão na Vara da Infância

O adolescente H. A. M., de 17 anos, fez na última segunda duas horas e meia de depoimento ao promotor Gabriel Rodrigues Alves, da Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos. Segundo o advogado Ricardo Cabral, que representa a Gaviões da Fiel e acompanhou o jovem, ele iria assumir a autoria do disparo do sinalizador naval que atingiu e matou Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, durante a partida do Corinthians contra o San José, em Oruro. Pelo homicídio, 12 torcedores estão presos na cidade boliviana, onde o depoimento do menor já repercutiu, mas a princípio, não deve interferir na situação.

O menor saiu do local exatamente da mesma maneira que chegou. No banco da frente do carro do advogado, de boné, cabeça baixa e escondendo o rosto com as mãos. A mãe estava no banco de trás. Ela não pôde acompanhar o depoimento.

Alguns veículos seguiram o automóvel até a esquina da rua. Seus ocupantes pediram para que Cabral abrisse o vidro para uma entrevista, mas ele não atendeu. O assessor do Tribunal de Justiça, Alexandre Marcusso, disse que o caso corre em segredo de Justiça e que não poderia, portanto, dar informações sobre o depoimento. Falou apenas que o promotor vai avaliar o caso e decidir se o leva adiante.



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