Saiba por que Tite não faz mistério na escalação da Seleção

Para ele, o ponto crucial de cada partida está na estratégia

FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Quando a escalação do México foi divulgada, cerca de 75 minutos antes do início das oitavas de final, a comissão técnica do Brasil foi pega de surpresa: jogaria o veterano Rafa Márquez, e não Layún, como era previsto. Em pouco tempo, Tite e seus auxiliares se reuniram, desenharam uma nova situação para o adversário e avisaram os jogadores.

Esse tipo de ajuste de última hora não será necessário para quem enfrentar a Seleção. Tite não esconde a escalação. Nem mesmo se aproveita dos treinos fechados que a Copa do Mundo permite – e até estimula – para fazer qualquer mistério sobre quem entrará em campo.

Para ele, o ponto crucial de cada partida está na estratégia, não em quem vai executar. Ele tem convicção de que não levaria vantagem com esse recurso.

Na última segunda-feira, o Brasil logo imaginou as alternativas de Juan Carlos Osorio com Rafa Márquez, pelo longo conhecimento da carreira do jogador – que se aposentou após a derrota. Mas o México dominou até Tite recorrer ao Plano B e mudar do 4-1-4-1 para o 4-4-2.

Para essa mesma partida, o técnico brasileiro teve a possibilidade de manter o mistério sobre a lateral esquerda, já que Marcelo estava de volta aos treinos, mas optou, como de costume, por revelar antecipadamente que Filipe Luís jogaria, e o titular, em condições físicas para jogar somente de 45 a 60 minutos, começaria no banco de reservas.

Antes de encarar a Costa Rica, a CBF comunicou a lesão de Danilo, ocorrida num treino fechado, de véspera, e na mesma nota o técnico anunciava a opção por Fagner. Embora óbvia, tratava-se de uma formalização.

Tite nunca foi de fechar treinos, e esse foi um dos motivos que o habituaram a não esconder a escalação. Mesmo no Corinthians, em sua fase mais vencedora, todos os jornalistas decifravam o time do jogo seguinte quando ele separava 11 jogadores no treino "fantasma", aquele em que só titulares ficam no campo para ensaiarem posicionamentos e movimentações.

Em março de 2017, já na seleção brasileira, ele começou a restringir o acesso da imprensa às suas atividades, mas fez questão de sempre revelar a escalação. Quando o tempo de treino aberto acabava e os titulares ainda não haviam sido mostrados, ele orientava a assessoria de imprensa para prorrogar a permanência dos jornalistas.

De certa forma, a ausência de mistério se tornou um símbolo de segurança de seu trabalho. Na véspera da estreia, em 2016, Tite confirmou a equipe que enfrentaria o Equador e recebeu até aplausos. Foi um marco para ele.

Quando é questionada sobre o porquê de sempre revelar o time, a comissão técnica diz que se tornou um hábito e enaltece o trabalho com a própria equipe. Garante que o mais importante são as variações táticas e estratégicas, e que isso não há como revelar. A privacidade nos treinos de bola parada também é um trunfo.

De qualquer modo, a Bélgica, adversária das quartas de final, sabe que dormirá de quinta para sexta-feira sabendo a escalação do Brasil. E que não será surpreendida, ao menos pelo papel.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES