Seleção troca confinamento por vida social em Copa na busca do hexa

A ideia é manter privacidade, mas estimular o convívio

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No enorme terraço do hotel em Sochi, um jovem russo lança uma bola do primeiro para o segundo andar, e Neymar devolve, de cortada.

Embaixo, um buffet com música ao vivo reúne hóspedes animados. Um nível acima, jogadores da seleção brasileira aguardam o jantar numa área também usada para receber familiares e amigos. Todos contemplam a mesma vista, lindíssima, para a área de lazer e o Mar Negro ao fundo, a três dias da estreia da Copa do Mundo.

Enquanto isso, membros da comissão técnica passeiam pela praia e relaxam depois de um treino bastante importante estrategicamente para o jogo de domingo, contra a Suíça.

Ao contrário do exílio a que foi submetida noutras edições, a Seleção encontra vida no entorno para tentar o hexacampeonato na Rússia. Uma das inspirações é a Alemanha de 2014, campeã com trajetória marcante dentro e fora de campo, com direito a ida à praia e dança com índios.

Em 2018, nada do isolamento da Granja Comary ou de resorts escondidos em meio a estradas mundo afora. O Brasil tem respirado o mesmo ar de torcedores e cidadãos pouco preocupados com o resultado dos jogos do torneio mais importante do mundo.

Não tem nada a ver com o famoso e criticado oba-oba de Weggis, na preparação de 2006. A privacidade é garantida aos convocados da Seleção. Tê-la ou não é uma escolha. A ala reservada no hotel tem seguranças e aparelho próprio de raio-x. Mas não há nenhum impedimento para que eles se misturem a outros hóspedes ou deem um mergulho no Mar Negro, por exemplo.

A delegação, entre comissão técnica e apoio, frequentemente almoça, janta e se exercita em meio aos mortais.

Quando abrem as portas – de vidro antirruído – das varandas de seus quartos, os jogadores podem ver e ser vistos. Conseguem enxergar famílias nadando, fazendo aulas animadas por microfones de monitores russos, até teatro infantil. Não há gritaria, os limites, por enquanto, são respeitados tanto pelos astros como pelos demais.

Tite, o coordenador Edu Gaspar e a comissão técnica acreditam que esse ambiente provoca reações emocionais muito mais positivas do que o confinamento.

O lema é o mesmo que permitiu aos jogadores terem folgas durante a preparação e liberdade para definir transferências para a próxima temporada – Fred, por exemplo, assinou com o Manchester United numa segunda-feira livre, na Inglaterra.


A chefia também se recusa a tratar os jogadores como crianças. Apostam que eles sabem conviver com a liberdade e a proximidade das famílias, pois é assim que os grandes clubes europeus, origem da maioria dos convocados. Mesmo assim, estão alertas para possíveis excessos e pretendem combatê-los devidamente.

Internamente, a Seleção comenta que teve as melhores condições possíveis no CT do Tottenham, em Londres, mas que os nove dias no local foram a conta exata. Mais do que isso causaria desgastes mentais, pelo isolamento.

Nesta sexta-feira, o Brasil viaja a Rostov-on-Don, palco da estreia. Logo em seguida volta para sua base em Sochi. Sua piscina, sua praia, sua academia e seus vizinhos. A Seleção está em casa.



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