Técnico supera câncer e mira título brasileiro

Guilherme Giudice relembra batalha pela cura

Guilherme Giudice: Técnico do time feminino do Santos | Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
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A jornada não foi fácil. Em meio uma grande oportunidade, substituir Emily Lima no comando das Sereias da Vila, uma batalha contra um inimigo fora dos gramados persistia. Uma história que já não era recente. Em 2019, Guilherme Giudice descobriu que tinha câncer em um dos testículos. Precisou passar por cirurgia. Voltou ao trabalho e, em janeiro deste ano, novamente o diagnóstico: câncer no pescoço e no retroperitônio (espaço anatômico atrás da cavidade abdominal). Quem lê esse trecho imagina alguém abalado. Não aconteceu com o treinador do Santos. Talvez, o sorriso e a objetividade ao encarar tudo isso foi seu combustível ao destino final: a cura. Informações do site GloboEsportes.com

Guilherme Giudice: Técnico do time feminino do Santos

- E não foi nada pensado "a partir de agora tenho que fazer assim". Foi uma coisa que foi indo. Foi acontecendo naturalmente. E uma das coisas que acho mais legais de mesmo durante o tratamento e depois e de chegar no clube e receber de todo mundo que trabalha no clube, não só quem trabalha no futebol feminino, vir falar: "Pô, Gui, você é um cara que passou por tudo isso com um sorriso no rosto". Acho que era essa imagem mesmo que queria passar. E estava tudo bem e que era uma fase que ia passar. Então eu estava muito feliz mesmo de estar ali no clube de poder estar trabalhando, de ter esse grupo próximo de mim que me ajudou bastante. Acho que fui frio sim em alguns momentos. Até quando me perguntaram se eu tive medo de morrer eu disse que não passou pela minha cabeça isso. Isso me fez ficar bem comigo, com uma cabeça boa e sem dúvida nenhuma ajudou no tratamento também - afirmou Guilherme Giudice em entrevista ao Dona do Campinho.

As jogadoras remanescentes do processo de 2019 começaram a notar o que estava ocorrendo. Foi então que Guilherme decidiu que era hora de contar ao grupo. A data escolhida foi a véspera do jogo diante do Iranduba, em Manaus, em fevereiro. Na partida, o retorno ao treinador e a vitória por 3 a 0 em campo.

- Nesse ano, com as remanescentes do ano passado, que passaram pelo processo de cirurgia, no começo desse ano, quando teve a metástase, elas começaram a perceber. Antes que eu falasse, elas estavam percebendo. No clube, na Vila Belmiro, elas moravam no alojamento, antes delas irem para o quarto delas, elas passavam pela minha sala. Elas passavam pela academia. Elas sempre estavam me vendo entrando e saindo de exames. Até o dia que eu cheguei com o cabelo raspado. Acho que a grande maioria já tinha entendido. Eu achei melhor falar para elas um dia antes do jogo contra o Iranduba, em Manaus. Não estava com o grupo todo, mas foi o melhor momento para falar. Tentei falar de uma forma positiva em que elas entenderiam pelo o que eu estava passando, mas eu também tentei me demonstrar forte. "Vamos lá e eu vou passar por isso aqui. Vocês vão me ajudar, vamos passar por isso juntos". Elas me abraçaram, foi bem legal, recebi muito carinho delas, força, mas também não fiquei falando disso. Só me viam com todo o processo de tratamento, das mudanças que um tratamento de quimioterapia traz para o corpo, percebiam, mas também não ficavam tocando nesse assunto. "Vamos para o treino, vamos para o jogo". E tentei levar isso da melhor forma possível. O que me ajudou muito também - disse.

Aposta na base

- Nós optamos por ter uma equipe esse ano com bastante meninas da base. São seis meninas que vieram da base. E elas terem Thais, Cristiane e outras jogadoras como exemplo é muito legal. Só trás coisas boas. A relação com elas é muito fácil. Elas estão muito para ajudar o grupo. São jogadoras de equipe mesmo, de grupo. Contribuem ao máximo para que tudo ande bem e preocupadas com a formação das outras jogadoras. A Ketlen acabou adotando as meninas mais jovens, está muito próxima delas. É uma referência aqui no Santos não só pelo centésimo gol que fez agora, uma marca histórica, mas por toda a história que ela tem no clube, de títulos e também chegou muito cedo no clube como essas meninas. Ela se vê muito no papel delas ali e ela pode contribuir muito com o desenvolvimento de cada uma dessas meninas.



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