100 anos de Maria Bonita é celebrado em gincana no PI

Maria Bonita rompeu preconceito machista e se tornou uma das personalidades femininas mais importantes

O evento acontece durante esta sexta-feira, 01 de julho | Divulgação SEDUC
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Para celebrar o centenário de seu nascimento de Maria Bonita, uma mulher que rompeu o preconceito machista e se tornou uma das personalidades femininas mais importantes do país, e que coincidentemente nasceu no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, estudantes do Centro de Ensino Profissionalizante de Tempo Integral Dirceu Mendes Arcoverde realizam uma grande e animada gincana cultural estudantil.

O evento acontece durante esta sexta-feira, 01 de julho, das 8h às 17 horas, no Clube dos Oficiais da Polícia Militar, com apresentações culturais, comidas típicas, apresentações regionais, repentistas, desfiles de rainhas caipiras e muitas provas surpresas sobre a vida de Maria Bonita e o Movimento do Cangaço.

Para a professora de Educação Física e uma das organizadoras da gincana, Eliete Silva, a história de Maria Bonita ainda é cheia de lacunas. ?Como representantes da educação precisamos fomentar canais de discussão sobre este capítulo da nossa história, principalmente desta mulher nordestina, por isso nesta edição, os professores do Cepti decidiram trabalhar com esta temática?, informa.

Uma dos pontos altos das provas da gincana será a escolha da melhor caracterização de Lampião e Maria Bonita. ?A maioria das provas é cultural e envolve toda a comunidade escolar?, declara a tenente Ana Cristine, diretora adjunta.

É nesse espírito de envolver professores, técnicos, alunos e pais em todas as atividades pedagógicas que o Centro de Ensino Profissional de Tempo Integral Dirceu Mendes Arcoverde tornar-se referência e padrão do modelo de ensino que a Secretaria de Educação pretende adotar em outras unidades escolares.

Centro de Ensino Profissional de Tempo Integral Dirceu Mendes Arcoverde

Atualmente o Centro de Ensino Profissional de Tempo Integral Dirceu Mendes Arcoverde atende há 468 alunos de nível médio nos turnos manhã, tarde e noite, mantido pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura, em parceria com a Polícia Militar do Piauí.

O CEPTI Dirceu Mendes Arcoverde oferece cursos de Segurança do Trabalho, Edificações, Mecânica Automotiva e Geoprocessamento. ?O sucesso desta escola é resultado do projeto de trabalho da equipe pedagógica, da equipe técnica e, sobretudo da disposição dos estudantes?, fala o diretor da escola, capitão Jurandir Marques.

Para o secretário Átila Lira, a parceria da Educação com a Policia Militar colhe frutos reconhecidos pela sociedade. ?No início do ano foram abertas matrículas para três turmas nesta escola de 40 alunos cada. A procura ultrapassou o número dos 600 alunos interessados em estudar aqui, então tivemos que realizar um seletivo de Português e Matemática?, declara.

O respeito ao Regimento Interno da escola pelos alunos pode ser apreciado e comprovado pela educação e disciplina com que realizam as atividades extra-classe. ?Esta escola faz tudo para ser família! Nela me sinto em casa, pois passo mais tempo convivendo com meus professores e colegas do que com meus irmãos de sangue. Respeito, bons sentimentos e vontade de viver boas experiências adquirir aqui?, depõe Jorge Luis, aluno do 3° ano.

O CEPTI Dirceu Mendes Arcoverde localiza-se na Rua Valdemar Martins, 3360 ? Morada do Sol.

Sobre Maria Bonita

Maria Gomes de Oliveira nasceu no dia 8 de março de 1911 na Fazenda Malhada da Caiçara, na divisa dos municípios de Glória e Jeremoabo, na Bahia.

Recentemente sua casa foi reformada, pertence ao município de Paulo Afonso, e recebe visitas de pessoas interessadas na história do Cangaço. Em 1929, aos 18 anos, conheceu Lampião, que visitava a Fazenda de seu pai. Em 1930 tornar-se a primeira mulher a entrar no cangaço acompanhando o grupo de Lampião e tempos depois passa a ser conhecida popularmente como Maria Bonita.

No dia 28 de julho de 1938, em Sergipe, durante um ataque ao bando, Maria Bonita e Lampião foram mortos ao lado de nove companheiros do Cangaço, evento que ficou conhecido como Massacre de Angico.

Sobre o Cangaço

O cangaço foi um movimento social que durou aproximadamente 40 anos e percorreu sete estados nordestinos. Atualmente historiadores divergem sobre origem do movimento no país. Lampião e Maria Bonita foram assassinados em 1938 na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE), durante uma emboscada montada pela volante (polícia da época). Os dois se tornaram mitos da história brasileira e o Cangaço acabou em 1940.

No confronto, outros nove cangaceiros foram mortos. São eles: Quinta-Feira, Luís Pedro, Mergulhão, Elétrico, Enedina e outros quatro que ainda permanecem desconhecidos, segundo o pesquisador Antônio Amaury Corrêa. Todos tiveram suas cabeças cortadas e expostas como troféus na escadaria onde hoje funciona a Prefeitura de Piranhas (AL).

O grande ícone do movimento é Virgolino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião. Há quem defenda que os cangaceiros ditaram moda, arrebanharam fiéis, seguidores e viraram ídolos das mulheres sertanejas. Muitas delas seguiram o grupo e se casaram com alguns deles.

Alguns pesquisadores afirmam que Lampião andou apenas pelo sertão, mas outros asseguram que os cangaceiros deixaram pegadas pelo agreste. O certo é que Lampião não foi o criador do Cangaço, mas sim Sebastião Pereira da Silva, o único chefe do Rei do Cangaço, conhecido como Sinhô Pereira.

Muitas pessoas falam que Lampião foi bandido, outros dizem que ele foi herói, mas a verdade é que não é possível afirmar nem uma coisa e nem outra. Também não se pode dizer que Lampião entrou no Cangaço por vingança, porque dizem que ele entrou para vingar a morte do pai, assassinado por José Lucena. Se fosse assim, ele não teria feito um acordo, em 1930, com o próprio Lucena para proteger sua família.

Lampião chegou a comandar cerca de 200 homens. Os grupos chefiados por ele eram subdivididos. Os principais líderes abaixo de Lampião foram: Corisco, Ângelo, Português, Zé Sereno e Virgílio.

Uma outra polemica, é de que existem registros de que José Gomes, conhecido como Zé Cabeleira, tenha iniciado o cangaço em Vitória de Santo Antão (PE), em 1775.

O cangaço existiu de três maneiras distintas. A primeira foi por vingança, a segunda por ser opção de meio de vida, e a última como refúgio das mazelas do trabalho na roça.



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