31 mil turistas se ferem com ataques de águas-vivas em praias do RS

Só no feriado do dia 1º, foram 5.500 casos.

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Um boom de águas-vivas no litoral gaúcho já deixou pelo menos 31 mil banhistas feridos na temporada deste ano, segundo o Corpo de Bombeiros. Esse é o número de atendimentos feitos em postos salva-vidas no Rio Grande do Sul, nos últimos 20 dias. “Foi um verão atípico até aqui”, disse à Folha o tenente-coronel Jeferson Ecco, coordenador da Operação Verão no estado.

Só no feriado do dia 1º, foram 5.500 casos. O fenômeno também tem sido observado, em menor número, no litoral de Santa Catarina e do Paraná –onde foi registrada a presença de caravelas-portuguesas, um tipo de água-viva mais peçonhenta que a comum. De cor arroxeada, a caravela-portuguesa tem uma espécie de “crista” bolhosa, preenchida com ar.

Por isso, é carregada pelo vento e pode ser vista na superfície do mar. Suas toxinas são mais potentes do que as da água-viva comum, e provocam dores, queimaduras de até terceiro grau e, em casos extremos, reações alérgicas.

Na costa catarinense, foram cerca de 22 mil casos de queimaduras por águas-vivas desde outubro. É um número semelhante ao da temporada anterior, mas abaixo do recorde de verões passados, quando os feridos chegaram a somar quase 85 mil.

As caravelas, segundo o Corpo de Bombeiros, foram registradas apenas no litoral norte, na praia de Itapoá (SC), mas em pequena quantidade. Já no Paraná, foram cerca de cem feridos até aqui um aumento de 22% em relação ao ano passado.

Caravelas-portuguesas foram vistas em diversos pontos do litoral paranaense, com uma “incidência bastante grande”, segundo a tenente Ana Paula Zanlorenzzi. Mas não há casos de atendimentos com maior gravidade. De acordo com o oceanógrafo Frederico Brandini, professor da USP e conselheiro da Associação MarBrasil, o número acima do normal de águas-vivas se deve a um provável desequilíbrio ecológico, que é comum a outras partes do planeta e pode estar relacionado a atividades que reduzem predadores naturais, como a pesca.

Uma combinação de correntes marítimas, altas temperaturas e elevada população de banhistas também explica o alto índice de incidentes, segundo o tenente-coronel Ecco, do Rio Grande do Sul.Bandeiras de cor lilás estão sendo usadas nos três estados para indicar a ocorrência de animais marinhos acima do normal, em trechos de praia.

Em São Paulo, o número de ocorrências com animais marinhos é bastante reduzido: foram 15 atendimentos no litoral paulista desde dezembro.

CUIDADOS

O ferimento causado pela água-viva, cientificamente chamado de envenenamento por cnidários, é semelhante a uma queimadura.

Há alguns cuidados específicos a serem seguidos, segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). O primeiro é sair da água, sem tentar tirar os tentáculos que podem estar na pele. Em seguida, lavar o local com água do mar em abundância, até que os tentáculos aderidos saiam.

Não se deve usar água doce, porque ela pode aumentar as descargas. Para prevenir novas contaminações, use ácido acético 5%, como vinagre, por cerca de 10 minutos sobre o local. Jamais tente remover os tentáculos esfregando toalhas ou areia.

Caso ainda haja tentáculos em cima do ferimento, remova usando luva e pinça e lavando mais uma vez com água do mar e ácido acético por 30 minutos. Em caso de dificuldade para respirar ou surgirem outras reações na pele, longe do local atingido, e desorientação, procure atendimento médico.



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