Agência de risco Fitch rebaixa nota de crédito do Brasil

Fitch cita desistência da reforma da Previdência e as eleições

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A agência de classificação de risco Fitch reduziu, nesta sexta-feira (23), a nota de crédito do Brasil de "BB" para "BB-", com perspectiva estável. Com isso, o país fica ainda mais longe do chamado grau de investimento, uma espécie de "selo de bom pagador".

É o segundo corte da nota brasileira por uma agência neste ano. Em janeiro, a Standard & Poor's também rebaixou a classificação do país, de "BB" para "BB-".

A primeira agência a tirar o grau de investimento do Brasil foi a S&P, em setembro de 2015. Desde então, as principais agências (Fitch, Moody's e S&P) fizeram sucessivos cortes na nota do país. 

Desistência da reforma foi gota d'água

Em comunicado, a Fitch afirmou que o rebaixamento do Brasil reflete "persistentes e grandes deficits fiscais, além da crescente e elevada dívida pública".  A gota d'água foi a desistência do governo de prosseguir com a reforma da Previdência neste momento, o que foi classificado pela agência como "grande retrocesso na agenda de reformas".

Na segunda-feira (19), o governo jogou a toalha sobre a votação da reforma e apresentou um conjunto de medidas, boa parte já em tramitação no Congresso. Apesar de esperada, a desistência oficializou o adiamento da reforma, que é vista pelo mercado como fundamental para equilibrar as contas públicas. Na terça-feira (20), a Fitch havia dado sinais de que o rebaixamento estava por vir.

Governo segue comprometido, diz Fazenda

Logo após o rebaixamento da nota, o ministério da Fazenda afirmou, em nota, que o governo segue comprometido em progredir com a agenda de reformas macro e microeconômicas destinadas a garantir o equilíbrio das contas públicas.

O ministério apontou que a Fitch, ao reduzir a nota brasileira, reconheceu "que os fundamentos macroeconômicos brasileiros permitem tanto absorver choques internacionais e domésticos como garantir a sustentabilidade da dívida pública''.

A Fazenda, contudo, não fez nenhuma menção direta à reforma Previdência em sua nota.

Nota indica risco de calote

Um governo ou empresa consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo ou empresa tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e é preciso pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior.  O rating, ou classificação de risco, indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom pagador ou não.

O chamado grau de investimento, por exemplo, indica que tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país ou empresa terão risco próximo a zero. 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES