Alunos comemoram resultado do Sisu

O Centro Estadual de Tempo Integral Professor Raldir Cavalcante Bastos aprovou 39 alunos em universidades públicas pelo Sisu

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Era uma vez os meninos e meninas que viviam em um país dividido e desacreditado, mas que sonhavam em ser heróis a salvá-lo. Sua principal arma era a Educação e seu escudo era feito de dedicação. Esse pode até parecer o enredo de um livro, mas não é bem assim. Os estudantes que sonham em transformar vidas e melhorar seu país por meio da educação existem, vivem na periferia, estudam no Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Professor Raldir Cavalcante Bastos e foram aprovados no Sisu.

Os meninos e meninas do Ceti chegaram a um bom desempenho com autoestima, dedicação e comprovam que as escolas públicas oferecem uma educação de qualidade. Graças à conquista, o clima de comemoração invadiu as ruas do Dirceu, na manhã da    sexta-feira (01). O Ceti, localizado no bairro Renascença II, em Teresina, realizou uma carreata com os 39 alunos aprovados no SISU 2019. A carreata saiu às 8h, do Ceti, e    percorreu as ruas do bairro até a ponte Anselmo Dias e retornando para a escola, onde foi servido um lanche tropical para alunos, pais e comunidade.

Crédito: José Alves Filho

O aluno Danilo Rodrigues, 17 anos, vem provando que tem potencial. A conquista mais recente foi a aprovação em Educação Física, o curso mais concorrido da Uespi. "Eu tentava me dedicar não somente neste 3º ano, mas eu vinha com uma base e sempre fui um aluno muito dedicado", conta. Apesar da rotina ser intensa, o jovem soube conciliar seu tempo. "Eu chegava muito cansado em casa, mas sempre estudava à noite. Eu devo muito ao Raldir, ele me ensinou a como me acalmar e respeitar o outro", afirmou.

Mateus Henrique, 17 anos, conquistou um lugar na Ufpi, com nota de quase 700 pontos. Ele concorreu a uma vaga no curso de História. O estudante sabe reconhecer que conquistou aliados e ajudas importantes para suas vitórias. "Essa vitória se deve ao esforço tanto dos professores da escola, que sempre foram atrás de conteúdos extras, como também ao esforço individual", disse. E deu certo. A vitória foi comemorada por toda a família. Aliás, Mateus conta que a mãe foi a mais empolgada à espera do resultado. "Minha mãe ficou muito feliz, sou o filho mais novo de dois que já estão formados. Para ela foi a maior conquista", comemorou ainda extasiado.

Outro aluno que mandou bem e não segurou o grito de aprovado foi Jonas Rafael, 18 anos, morador do bairro e estuda no Ceti há 11 anos. Ele conquistou uma vaga no curso de História da UFPI e diz que a família ficou super feliz com o resultado. "Orgulho infinito", descreveu ele. Para Jonas, a realização não foi fácil. “Sou o primeiro a ingressar numa universidade na família. A minha vitória eu devo ao meu esforço e a ajuda de todos que estavam ao meu redor na escola e principalmente na família". Sobre as metas para o futuro, ele diz eufórico: "As metas são as melhores possíveis e meu sonho é conseguir dar aula aqui e ser um bom professor".

Bárbara Tavares, 17 anos, tinha uma rotina intensa de estudos e não perdia tempo com efemeridades. Quanto ao sucesso, acredita que não há segredo."A melhor coisa que fiz foi sair de uma outra e vir para o Raldir, com muita dedicação tirei uma nota boa", confessa ela, que foi aprovada em História na Uespi. Aprovada em Arqueologia na UFPI, Gelciane Lima, 17 anos, queria um curso da área de humanas. "Sou muito hiperativa e queria manter minha mente ocupada. Conheci Arqueologia e me apaixonei e disse: é isso aqui que eu quero!", assegurou ela, que sempre foi aluna de escola pública.

RETRANCA//

Escolas têm histórico de bons resultados

O CETI Raldir Cavalcante é bem avaliado. Atualmente, cerca de 600 alunos estão matriculados. A direção da escola vem alcançando as metas e hoje a escola tem nota 7,1 no Ideb, um resultado do esforço de todo um projeto pedagógico, de projetos desenvolvidos pelos seus 26 professores, coordenadores e gestores que contribuíram para esse bom resultado. A professora Rose Magalhães é uma delas e foi quem comandou a carreata. Educadora atuante, idônea, ela sempre incentivou seus alunos.

"Para mim, educadora de escola pública há 20 anos, o resultado é um grande avanço e satisfação. A carreata teve como objetivo mostrar para a sociedade que é possível fazer educação pública de qualidade. Provamos que, mesmo na periferia, conseguimos garantir 79% dos nossos alunos nas universidades públicas, fora que ainda temos previsão para mais 27 serem chamados no ProUni. Muitos desses alunos estão aqui desde maio de 2008 e são 11 anos que estamos juntos", disse. Responsável por oficinas de arte, música, artes plásticas, a docente tenta conhecer cada aluno. "Eu tento conhecer o que os alunos têm de mais bacana e tento desvendar o talento e a sensibilidade e investir no crescimento deles. Minha dedicação se resume a uma palavra: Amor".



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