Amiga diz que suspeito insistiu em troca de pneu e pede desculpa

Heloisa Passarello, amiga da universitária Mariana Bazza, conta que achou estranho a insistência do desconhecido.

| Reprodução
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Heloisa Passarello, amiga da universitária Mariana Bazza, que foi assassinada depois de sair da academia na última terça-feira, 24, em Bariri, fez um desabafo nas redes sociais e falou como foram seus últimos momentos com a estudante. Heloisa estava com Mariana na academia e conta que chegou a aconselhar que ela fosse para casa com o pneu murcho. As informações são da Marie Claire

Mariana foi encontrada morta um dia depois em uma área de canavial em Cambaratiba, distrito de Ibitinga. O principal suspeito do crime, que está preso, é Rodrigo Pereira Alves, de 37 anos - o homem que a ajudou a trocar o pneu do carro.

"DESCULPA. É assim que eu começo meu texto, pedindo desculpas a você. Desculpa por não ter ido embora com você (como era rotina de toda terça-feira), desculpa por ter achado estranho e não ter te alertado, desculpa por não insistir mais que duas vezes para que você fosse embora com o pneu murcho porque dava tempo de chegar em casa, assim como ele insistia para ajudá-la. Desculpa por não ter esperado e ficado com você lá mais tempo, desculpa por não ter desconfiado minutos antes, desculpa por não ter voltado no cross 10 minutos mais cedo para ver gravações... DESCULPA, desculpa por não ter te salvado. Hoje enquanto eu me despedia do seu corpo eu não consegui dizer outras palavras a não ser DESCULPA", escreveu Heloisa no Facebook.

Em seu desabafo nas redes sociais, Heloisa também agradeceu Mariana pelos anos de amizade. 

"Em meio tantas desculpas eu digo também OBRIGADA. Obrigada por ter sido a amiga que foi, obrigada pelos conselhos, obrigada por me ajudar escolher alguma roupa, obrigada por me ajudar em alguma matéria de Sociologia ou Filosofia (até porque nós duas odiávamos matemática), obrigada por me ensinar as partes do corpo quando no dia seguinte do treino eu mostrava onde doia e você dizia o nome, obrigada por sempre estar ao meu lado, nas horas boas e nas ruins. Eu jamais vou esquecer de quando você "roubava no treino" nos exercícios e até mesmo na corrida que enquanto você caminhava e eu saia pra correr e você dizia "filha da puta" me esperando dar a volta no canteiro e você cortar ele pra vir de de encontro comigo dizendo que não estava afim de correr naquele dia", escreveu.

Ela também contou como foi a última aula com a amiga no fatídico dia do crime. "Pra sempre irei lembrar do nosso ultimo momento juntas, na qual você ria de mim na hora do alongamento final porque eu tinha espirrado desodorante na blusa e estava marcado como se fosse "suor" e fez gesto de "fedor". Nós saímos dizendo "até quinta" e rindo, mas eu não imaginava realmente que o "até quinta" fosse ser assim. Terça eu tive a oportunidade de te observar pular corda (coisa que nunca tinha feito) e também tive a oportunidade de passar rindo com você o nosso último momento juntas", publicou. 

"Hoje eu li um print de conversa nossa onde você dizia "sabe que estarei contigo" e você esteve, nós estivemos uma com a outra até o ultimo segundo e hoje eu estou com você, mas no coração e sempre estarei. Nós juramos ser amigas para sempre e assim será. Descanse em paz, te amo".

Mariana tinha 19 anos e era estudante de fisioterapia. 



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