O mundo e o Brasil acompanham os problemas e as crises enfrentadas pelos índios Yanomamis de Roraima. Em entrevista ao programa Notícias da Boa, da TV Jornal Rádio Meio Norte, comandado pela jornalista Cínthia Lages, o líder Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena e Ye' kuana (Condisi-YY), disse que a situação é insustentável e fora de controle.
Por conta das invasões e massacre de garimpeiros às terras yanomamis, as lideranças indígenas cobram ação do governo federal, pois a tribo está sendo dizimada, os homens são assassinados, as mulheres, adolescentes e crianças estupradas e muitos índios estão desaparecidos e a tribo quer pelo menos o corpo para fazer o ritual e cerimônia.
Na entrevista à TV Rádio Jornal Meio Norte, Júnior falou das agressões sofridas e citou o caso da garota de 12 anos que foi estuprada e não resistiu. "A aldeia está sendo destruída pelos garimpeiros que estão ocupando o território indígena e não temos resposta do Governo Federal", disse.
As denúncias são várias e há relatos de criança de 3 anos de idade que foi jogada ao rio. Segundo o líder, a aldeia sofre muito, pois há entre 23 a 25 mil garimpeiros na região e a comunidade culpa a Funai e ao Governo Federal pela falta de proteção.
Rios poluídos
Além disso, Júnior declara que além da ameaça aos indígenas, há também a questão do meio ambiente. Segundo ele, a floresta é importante para o índio, pois ela fornece alimentos, mantém os rios, que estão poluídos pela ação do garimpo e por conta disso tem muito índio doente. Na entrevista, ele conta que na última segunda-feira, os garimpeiros invadiram a comunidade e levaram mulheres e uma menina de 11 anos, que foram violentadas.
Júnior Yanomami pediu à Comissão de Direitos Humanos do Senado e da Câmara Federal, bem como ao Governo Federal, Polícia Federal, ao Ministério Público que ajudem as aldeias indígenas e explicou que os ataques de garimpeiros trazem sofrimento e por conta disso há muitos yanomamis se escondendo. "Pedimos que as autoridades investiguem o que está acontecendo com as aldeias, pois a situação está difícil e passou do controle", disse, enfatizando que os garimpeiros precisam ser retirados.
Líder pede fiscalização e proteção
Segundo o líder, a terra é demarcada e ele relatou ainda a dificuldade de fiscalização em razão do difícil acesso e também do tempo chuvoso. Mas os indígenas esperam uma resposta urgente e citou que no dia 12 é esperada a visita da Comissão de Direitos Humanos.
Júnior Yanomami relatou que os índios vêm sofrendo desde a pandemia da Covid-19, pois o problema de saúde foi enfrentado sem ajuda de governos. "Somos muito mal tratados. Temos o direito de ser protegido, de ter segurança e assistência à saúde. Queremos ser cuidados e que a lei seja cumprida. Não queremos mais chorar e perder nossas mulheres e crianças pelos garimpeiros", disse.
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