Após ser solto, Edmundo desabafa sobre acidente: “Vivo sofrimento há 16 anos”

O ex-jogador Edmundo retomou a rotina e voltou a atuar como comentarista na TV Bandeirantes

Prisão de Edmundo | Terra
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Após ser beneficiado por um habeas-corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o ex-jogador Edmundo retomou a rotina e voltou a atuar como comentarista na TV Bandeirantes. No programa Jogo Aberto, Edmundo foi recebido pela apresentadora Renta Fan eoutros jornalistas. Ele falou sobre a prisão, a final da Taça Libertadores da América, entre Santos e Peñarol, e elogiou o apoio recebido de colegas.

"Obrigado, Renata e a todos. Sem dúvida nenhuma, vocês foram fantásticos comigo. Me deram apoio, carinho e respeito. Queria deixar claro que o acidente foi há quase 16 anos e vivo esse sofrimento desde então. Sou solidário às famílias das vitimas desde então. O acontecimento da última quarta não foi nem de perto o que ocorreu há 15 anos. Fico triste pelo que aconteceu (prisão), mas feliz pelo apoio das pessoas, principalmente aqui na Bandeirantes. Venho poucas vezes aqui, só de quarta e domingo, mas eu fui respeitado, e me senti abraçado como se meus pais tivessem vivos"

Edmundo ainda criticou a cobertura jornalística de sua prisão. "Eu acho que a imprensa acabou fazendo o papel dela, mas o exagero foi do ser humano. Será que só tenho deveres, e nenhum direito? É direito do ser humano se defender. Isso deveria ser respeitado, mas não foi. Pena que só aconteceu o sensacionalismo. Não estudei, só joguei bola, por isso deixo com o meu advogado para ver o que acontecerá daqui até lá."

Com um semblante sério, característico de sua personalidade, Edmundo disse ter acompanhado a primeira partida da decisão em Montevidéu, ocorrida horas antes de sua prisão. "Ficou claro que o Santos é superior individualmente. O time brasileiro tem jogadores mais leves e o Peñarol joga um futebol de força. Acredito que teremos mais uma vitória do futebol brasileiro."

Três mortes na Lagoa

Na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995, quando saía de uma boate na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro, o então jogador do Flamengo chocou seu Jeep Grand Cherokee com um Fiat Uno. No acidente, morreram Joana Maria Martins Couto, Carlos Frederico Britis Tinoco e Alessandra Cristini Pericier Perrota, que estavam no outro automóvel. Outras três pessoas ficaram feridas - Roberta Rodrigues de Barros Campos, Débora Ferreira da Silva e Natascha Marinho Ketzer. O laudo da perícia apontou que o jogador estava em alta velocidade.

Em março de 1999, Edmundo foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto. O ex-jogador chegou a passar uma noite na cadeia em função dos homicídios culposos de três pessoas e lesões corporais - também culposas - nas outras três vítimas.

A defesa de Edmundo recorreu, mas a 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça manteve a decisão no dia 5 de outubro de 1999. Em 2008, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou a oitava tentativa do ex-jogador de anular a condenação e manteve a pena.

Na última terça-feira, o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, determinou a expedição de mandado de prisão contra Edmundo. Segundo o advogado Arthur Lavigne, que representa Edmundo, o processo está prescrito desde 2007. "Em 2010, o Ministério Público reconheceu a prescrição e tanto a defesa quanto a acusação concordaram. O juiz, que é novo na Vara, entendeu que não havia prescrição. Não sei qual é a fundamentação dele. (...) Estamos todos surpresos, é uma decisão sem cabimento", disse Lavigne. Entretanto, para o juiz, ainda não ocorreu o lapso temporal exigido pela lei para prescrever a condenação, que no caso do ex-jogador é de 12 anos.



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