Autismo: cresce uso da cannabis medicinal no tratamento dos sintomas

O especialista em medicina farmacêutica cita o estudo Experiência real do tratamento médico da cannabis no autismo

| Divulgação
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Este 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo , data criada em 2008 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para chamar a atenção para a importância de conhecer e tratar o transtorno do espectro autista (TEA). Atualmente, no mundo, uma em cada 160 crianças tem um transtorno do espectro do autismo. A estimativa é que existam 70 milhões de pessoas no mundo com autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil. Segundo a ONU, com base em estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência global destas doenças parece estar aumentando. Existem muitas explicações possíveis para este aumento, incluindo uma maior conscientização e melhores ferramentas de diagnóstico.

De acordo com o Dr. Wellington Briques, Diretor Médico Associado Global da Spectrum Therapeutics "há evidências de possíveis efeitos terapêuticos dos produtos à base de canabinóides no tratamento, por exemplo, de ansiedade, irritabilidade e insônia em pacientes com autismo". Profissionais da saúde começam a enxergar o uso de canabinóides como uma alternativa para aliviar tais sintomas, o que tem aumentado a procura por este tipo de tratamento nos países onde ele já está disponível, como é o caso do Canadá, Estados Unidos, vários países europeus e alguns países da América Latina como Brasil, Peru México e Colômbia, entre outros. "É por isso que existe a necessidade, em toda a região da América Latina e do mundo, de proporcionar acesso regulamentado a produtos de cannabis de alta qualidade", acrescenta o médico da divisão de medicina canabinóide da Canopy Growth.

O especialista em medicina farmacêutica cita o estudo Experiência real do tratamento médico da cannabis no autismo , publicado na revista Nature . "Segundo as investigações, foram analisados os dados coletados de 188 pacientes com autismo, tratados com cannabis medicinal entre 2015 e 2017. O tratamento na maioria dos pacientes foi baseado em óleo de cannabis contendo CDB e quantidades mínimas de THC. Após seis meses de tratamento 82,4% dos pacientes estavam em tratamento ativo e 60% foram avaliados; 30% dos pacientes reportaram uma melhora significativa e 53,7% apresentaram melhora moderada nos sintomas".

O mesmo documento traz outros resultados, segundo o especialista. "Num estudo retrospectivo com 60 crianças, os surtos de comportamento foram melhorados em 61% dos pacientes, problemas de comunicação em 47%, ansiedade em 39%, estresse em 33% e comportamentos perturbadores em 33% dos pacientes. A fundamentação deste tratamento é baseada nas observações e teorias anteriores de que os efeitos dos canabinóides podem incluir alívio da ansiedade, facilitação do sono REM e supressão da atividade convulsiva".

Resultados parecidos foram alcançados no estudo brasileiro Efeitos do Extrato de Cannabis Sativa Enriquecido com CBD nos Sintomas de Transtorno do Espectro do Autismo , publicado na Revista Frontiers in Neurology . "Neste estudo, a maioria dos resultados foi positiva para os 15 pacientes que aderiram ao tratamento, especialmente em relação a melhorias nos distúrbios do sono, convulsões e crises comportamentais. Também foram relatados sinais de melhora no desenvolvimento motor, comunicação e interação social, e desempenho cognitivo", completa o médico.

Neste ano de 2020, por ocasião do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a ONU ressalta as preocupações relacionadas com a transição da pessoa com TEA para a vida adulta, tais como a importância da participação na cultura juvenil, a tomada de decisões da comunidade e o acesso ao ensino pós-secundário, ao emprego e à vida independente.



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