Banhistas ignoram aviso de perigo e nadam no 'Buraco Azul', no Ceará

Pedreira desativada virou ponto turístico, mas não é segura para o banho, segundo a Autarquia Municipal de Meio Ambiente

Banhistas ignoram aviso de perigo e nadam no 'Buraco Azul', no Ceará | Ascom
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Banhistas foram flagrados, neste domingo (19), no "Buraco Azul", em Juazeiro do Norte, no Ceará, mesmo após uma placa de "Perigo" ser colocada na entrada. O local tem atraído visitantes, mas apresenta riscos por conter vestígios de materiais explosivos, conforme a Autarquia Municipal de Meio Ambiente (Amaju). O órgão, inclusive, quem solicitou a implantação da placa. As informações são do Portal g1/CE.

O grupo flagrado levou, inclusive, câmeras para filmar saltos e mergulhos no local. Contudo, conforme especialistas que visitaram o ponto, a cor da água é originada por componentes químicos presentes em explosivos para explorar rochas de uma mineradora desativada. O órgão encaminhou o ofício para o responsável pelo local.  

O diretor da Amaju, Eraldo Oliveira, informou que o lugar é privado e a invasão é proibida. "A guarda do ambiente a princípio são dos titulares. O poder público aguarda um pronunciamento da empresa em virtude de uma eventual comunicação sobre o processo de desativação", explicou. O g1 não conseguiu localizar os proprietários do local.

Banhistas são flagrados no 'Buraco Azul' mesmo com placa de perigo na entrada, no Ceará. — Foto: Edison Freitas/TVM Cariri 

"Aguardamos as respostas por parte deles, posto que tiveram conosco na sexta e foram cientificados das obrigações. Ambos receberam as recomendações, parte delas cumpridas integralmente, sendo que o restante trata-se de documentos técnicos exigidos pelos órgãos ambiental e que demandam estudos, portanto leva algum tempo para apresentação", complementou o diretor da Amaju.

O lugar ganhou destaque por ter suas águas claras em tons verde e azul, que remetem ao "Buraco Azul" em Cruz, cidade no Litoral-Oeste do Ceará, e outras paisagens naturais com águas cristalinas. O local tem paredões de até 30 metros e a profundidade das águas variam entre oito a dez metros.

Banhistas levam câmeras para filmar saltos e mergulhos no "Buraco Azul", em Juazeiro do Norte. — Foto: Edison Freitas/TVM Cariri 

O órgão solicitou, por meio do ofício, que seja realizado o cercamento e fechamento da área com portão com fechadura ou cadeado, de modo para evitar que a população viole a propriedade privada; que seja realizada a instalação de placas de entrada proibida e risco de acidente no local, alertando que a área não é adequada para recreação e lazer, e que seja providenciado órgãos de segurança pública para ordenamento do local.

Produto químico em dinamites

De acordo com especialistas que estiveram no "Buraco Azul", após a realização de testes com a água, descobriram que os tons azulados e verdes se devem pela utilização de componentes químicos para explorar as rochas. Essas substâncias são prejudiciais à saúde.

Segundo o diretor do Departamento de Trânsito de Juazeiro do Norte (Demutran), Ednaldo Moura, o local já está isolado para evitar que mais pessoas frequentem o lugar. O diretor do Demutran reforça que a água é tóxica e altamente perigosa para a saúde.

"O lugar está com acesso proibido e isolado. As autoridades já descobriram que essa água é inapropriada para o banho e a água é tóxica. Altamente perigosa. A água foi contaminada por produtos químicos que provocaram as explosões. A Autarquia de Trânsito trabalha junto com a Secretaria da Segurança de Juazeiro do Norte e com a Polícia Militar. Reforço que esse é um espaço particular".

Entrada de Buraco Azul recebe placa de perigo após atrair banhistas no Ceará. — Foto: Edigleison Leite/Reprodução 

O tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Noberto dos Santos, afirma que o dono da pedreira desativada precisa se identificar e como a gestão municipal reforçar que a área é imprópria para o lazer.

"É recomendável que as pessoas não façam o uso do local. Pedimos também que o responsável pelo lugar tome consciência desta situação e isole a área, informando para os visitantes não fazerem o uso daquela área. Se ele um dia pretender usar o lugar público, que procure a prefeitura municipal da cidade, principalmente profissionais ligados ao meio ambiente, para certificar e se possível homologar ou não aquela área, verificar a questão da água e liberar ou não".



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