Bolsonaro cogita nomear o filho embaixador do Brasil nos EUA

Eduardo Bolsonaro disse que está disposto a assumir o cargo

Eduardo Bolsonaro | Ed Alves/CB/D.A Press
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (11) que está cogitando nomear o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – um de seus cinco filhos – embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A informação é do G1.

Bolsonaro deu a declaração ao ser questionado por repórteres sobre essa possibilidade em uma entrevista coletiva concedida, na tarde desta quinta, ao final da solenidade de posse do novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

O presidente da República disse que a nomeação para a chefia da chancelaria brasileira na capital norte-americana só depende do próprio Eduardo, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Segundo Bolsonaro, da parte dele, "decidiria agora".

"Já foi cogitado no passado, levamos em conta custo e benefício. Como seria compreendido naquele país. Fiquei pensando: imagina se tivesse no Brasil aqui o filho do Macri [Maurício Macri, presidente da Argentina] como embaixador da Argentina. Obviamente, que o tratamento a ele seria diferente de outro embaixador, normal", afirmou o presidente aos jornalistas.

"É uma coisa que está no meu radar, sim, existe essa possibilidade. Ele [Eduardo] é amigo dos filhos do [Donald] Trump, fala inglês, fala espanhol, tem vivência muito grande de mundo. No meu entender, poderia ser uma pessoa adequada e daria conta do recado perfeitamente em Washington", complementou.

Depois que Bolsonaro confirmou à imprensa a intenção de nomear o filho para a embaixada nos Estados Unidos, Eduardo afirmou, em entrevista à GloboNews, que vai "cumprir da melhor maneira" a missão que receber do "presidente", "onde quer que for".

Mais tarde, em uma entrevista coletiva na Câmara, ele admitiu que está disposto a renunciar ao mandato de deputado federal para assumir o comando da embaixada brasileira em Washington. O parlamentar afirmou que, se o pai oficializar o convite para ele ocupar o cargo de embaixador, vai aceitar.

"Se o presidente Jair Bolsonaro me confiar essa missão, eu estaria disposto a renunciar ao mandato."

De acordo com Eduardo, não deve passar deste final de semana a conversa com o presidente e o ministro das Relações Exteriores na qual eles vão definir a situação.

O especialista em Direito Constitucional Edison Carlos Fernandes explicou ao G1 que Eduardo Bolsonaro teria que abrir mão do mandato de deputado porque a Constituição prevê que apenas chefes de missões diplomáticas temporárias não precisam renunciar a mandato parlamentar para chefiar missões diplomáticas permanentes, como é o caso de uma embaixada.

Chancelaria acéfala

A representação do Brasil em Washington está sem embaixador desde abril, quando o diplomata Sergio Amaral foi transferido da chancelaria para o escritório do Itamaraty em São Paulo.

Jair Bolsonaro antecipou a mudança no comando da embaixada pela imprensa um mês antes de remover Sergio Amaral de Washington, às vésperas de embarcar para a primeira visita oficial aos Estados Unidos.

Na ocasião, o presidente justificou a mudança ao fato de que, segundo ele, a imagem dele não estava boa no exterior e reclamou que é apresentado fora do país como ditador, racista e homofóbico sem a devida defesa dos diplomatas brasileiros.

Sergio Amaral estava à frente da embaixada brasileira nos Estados Unidos desde 2016. À época, ele foi indicado para o posto pelo então presidente Michel Temer. Antes, o diplomata já havia comandado em outras duas ocasiões a embaixada em Washington, em 1984 e em 1992.

Encontro com Trump

No primeiro encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump em Washington, o presidente brasileiro foi ao Salão Oval – o centro do poder na Casa Branca – acompanhado do filho Eduardo, e não do chanceler Ernesto Araújo. Na ocasião, os dois presidentes deram breves declarações à imprensa antes de uma reunião a portas a fechadas.

Na conversa reservada entre os dois chefes de Estado, além de Eduardo Bolsonaro, estavam presentes apenas dois tradutores, o conselheiro de Segurança Nacional americano, John Bolton, e a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

À época, a assessoria do Palácio do Planalto disse que foi Donald Trump quem convidou Eduardo para a conversa, após ele ter sido apresentado por Bolsonaro como filho.

Na mesma ocasião, a assessoria de imprensa do Itamaraty tentou minimizar o fato de o ministro das Relações Exteriores não ter participado da conversa ao lado do presidente da República.

O ministério disse que Ernesto Araújo não entrou na reunião porque a previsão inicial era de que o presidente norte-americano e o colega brasileiro se reunissem a sós, apenas com os intérpretes.

O Itamaraty ainda afirmou à época que Eduardo Bolsonaro foi convidado por Trump para acompanhar a conversa.



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